quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Volta das Torres - Carmo do Cajuru 25.11.12


Por Daniel X.

Quinze dias após "A Revolta das Abelhas" em Nova Lima (AQUI), aconteceu na cidade de Carmo do Cajuru, a segunda edição da Volta das Torres.
Carmo do Cajuru fica Localizada a 112 quilômetros de Belo Horizonte, e é vizinha de  Divinópolis.

O valor de inscrição foi muito acessível: vinte reais, que pôde ser realizada e também no dia da prova. A camisa alusiva ao evento foi de cor branca e em tecido de poliamida.
A largada estava prevista para às 9:00 h, em frente a Praça Presidente Vargas (Praça da Estação) que, em 2012 recebeu uma revitalização e implantação de academia ao ar livre.
Os banheiros da praça foram abertos aos atletas. Uma opção mais confortável que os banheiros químicos que estamos acostumados.

A largada, que foi precedida de uma oração, aconteceu com alguns minutos de atraso. Os dois primeiros quilômetros eram nas principais ruas da cidade. Esse trecho foi o grande ponto negativo da prova, pois, não houve faixa exclusiva para os atletas e nem um controle do trânsito, o que obrigou os corredores a disputar a pista com veículos. Acredito que é um problema que poderia ter sido facilmente evitado, pois, movimentação de veículos na cidade é de fácil controle, ainda mais numa manhã de domingo. Como o percurso não era de ida/vinda, bastava 30 minutos para que todos os atletas já tivessem percorrido esse trecho.Felizmente não vi nenhuma intercorrência de trânsito ou desentendimento entre atletas e motoristas, que são muito comuns nesses casos.

Haviam staffs indicando o caminho em alguns pontos do percurso, porém, não havia marcação de quilometragem, que faz muita diferença na administração do percurso. Ainda mais se tratando de um evento que conta com premiação por faixa etária.

Após o km 2 terminava o asfalto e logo depois uma curva a esquerda, com uma  descida íngreme em estrada de terra, onde ficava o único posto de hidratação durante todo percurso de 9 km. A água veio em saquinhos de "chup-chup". Geralmente não pego água no primeiro posto, mas como era o único, o saquinho  foi perfeito para mim,  porque tive mais facilidade de transferir a água para minha garrafa.

A partir desse momento, o percurso era composto de uma sequência de subidas e descidas bem íngremes, sob as torres de alta tensão, o que explicava o nome do evento. Esse parte do percurso teve aproximadamente 6 km de corrida cross country, completamente afastados do ambiente urbano, passando por um lago, muito verde, e terra molhada,  proporcionando um verdadeiro contato com a natureza (mas sem abelhas!). Já prevenido depois de "A Revolta das Abelhas" (AQUI), corri com um cinto de hidratação equipado com material básico de primeiros socorros, e antihistamínico prescrito pelo médico, no caso de picadas de insetos.
A chuva cessou durante o evento, mas o céu se manteve completamente nublado.

O amigo, Artur Muler, assim como eu, sobrevivente da embolia pulmonar.

O percurso foi um dos mais difíceis e divertidos do ano. Após a linha de chegada foi oferecido banana, maça, água e medalha de finisher. Foram sorteadas camisas da campanha "Todos Contra a Pedofilia", que foram doadas pelo pelo Dr. Casé Fortes, promotor da Infância e Juventude em Minas Gerais.
Hoje sim, aconteceu minha verdadeira "All Limits"!

Meu primo, Mateus, que fez hoje sua estréia nas corridas.
Houve uma pequena demora para iniciar a premiação, mas não por falta de organização, e sim, porque a apuração foi feita manualmente.
  

Destaques positivos: custo benefício, inscrição 20 reais, camisa de tecido tecnológico, percurso desafiador, categoria faixa etária, sorteio de camisas, as fotos do evento serão disponibilizadas pela própria organização

Pontos negativos: falta de marcação de quilometragem, apenas um posto de hidratação durante o percurso, disputa de pista com motoristas.
Acredito que são pontos que podem facilmente ser melhorados na próxima edição, e o evento tem tudo para se tornar uma das melhores corridas MG, pois foi uma das mais divertidas do ano.

Arilson, professor de educação física e um dos organizadores do evento.

Parabéns à organização, e contem comigo para a divulgação da próxima edição!
Nota:8.0

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Volta da Lagoa dos Ingleses - Carta aos Atletas Por Bruno Khouri 19.11.12


Por Bruno Khouri


Em primeiro lugar gostaríamos de agradecer ao Daniel pela ótima conversa que tivemos, foi muito esclarecedora, e também pela oportunidade de utilizarmos o seu blog para divulgarmos algumas questões relativas à Volta da Lagoa dos Ingleses (AQUI).

A Volta da Lagoa dos Ingleses é um evento muito importante para nós e para os atletas. A idéia surgiu da busca pela inovação. Queríamos desenvolver um evento que fugisse do meio urbano, lugar comum das corridas de rua. Muitos atletas estão cansados de correr na Pampulha e, indo além, cansados de correr na cidade. Dentro deste contexto, o condomínio Alphaville Lagoa dos Ingleses foi escolhido como lugar ideal. Lá encontramos um belíssimo espaço natural, com suas estradas de terra em meio aos eucaliptos, e também com sua lagoa de águas limpas. Além disso o condomínio oferece o conforto de estar a apenas 25km de BH em estrada asfaltada, ter amplo estacionamento e ótima estrutura com comércio, restaurantes, padaria e banheiros.

Após a formatação do evento, começaram os grandes desafios para a sua viabilização. O primeiro deles foi político, pois o condomínio é rodeado por propriedades particulares. Tivemos um longo período de reuniões e negociações com várias instituições para que o evento fosse autorizado. Conversamos com a Prefeitura de Nova Lima, Guarda Municipal de Nova Lima, PMMG, Corpo de Bombeiros Militar de MG, Associação Geral Alphaville Lagoa dos Ingleses, Minas Tênis Clube, Town Houses, Lagoa dos Ingleses Properties, Iate Clube Lagoa dos Ingleses, DNIT, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual, Cond. Península dos Pássaros, Anglo Gold, entre outros.

O segundo desafio foi técnico pois não existe um caminho contínuo que dê a volta completa na lagoa. Temos que abrir cercas, capinar terrenos, tampar buracos, estudar o nível da água da lagoa... E isso tudo alinhando com as necessidades dos atletas. Após ouvirmos os relatos dos que correram as últimas edições, concluímos que precisávamos desenvolver um trajeto menos montanhoso e com menos asfalto. Havia também a reclamação de alguns atletas picados por marimbondos em um trecho, como o próprio Daniel relatou em seu blog (AQUI). Após várias semanas e dezenas de visitas técnicas, chegamos ao percurso que foi proposto para esta edição de novembro de 2012.

No mapa abaixo vocês podem ver em vermelho o caminho antigo (sentido horário), e em azul o caminho novo (sentido anti-horário).
 Vejam também que marcamos com um círculo amarelo no mapa o local onde houve o acidente com as abelhas, atrás do muro das Town Houses, próximo à uma descida curta, porém íngreme. Esta trilha é inédita no percurso e fisicamente nem existia. Foi feito um grande trabalho para abrir o caminho por lá.

Contratamos 4 homens que trabalharam por 4 dias usando inclusive roçadeiras à motor para cortar o mato. Foi aberto um corredor de aproximadamente 2 metros de largura margeando toda a extensão do muro, num trecho de aproximadamente 700 metros, e ainda fizemos uma separação do mato utilizando fita zebrada. O trecho sofreu muitas modificações do seu estado natural e foi frequentado por muita gente em nossas visitas técnicas. Nossa equipe passou por lá correndo diversas vezes, tudo pensando no conforto e na segurança do atleta. Em nenhum momento em toda esta operação tivemos qualquer problema com abelhas ou marimbondos e desta forma concluímos que o trecho estava aprovado para o evento.

Vejam abaixo algumas fotos do trecho atrás do muro das Town Houses (nas fotos não aparecem as fitas zebradas pois o trecho foi fotografado após a limpeza para comprovação junto à Associação Geral).
  
  

Já o trecho apontado pelos atletas que sofreram picadas de marimbondos é um trecho de mata fechada, cuja entrada vocês podem ver na foto de 2011 (abaixo) e também está localizado pelo círculo branco no mapa inicial deste relato.

Desta forma, ratificamos que os episódios são distintos (marimbondos em uma edição e abelhas em outra), e também em locais diferentes (mata fechada em uma edição e trilha ao lado de mato baixo na outra).  Fizemos um extenso trabalho para viabilizar um evento mais plano, mais seguro e mais divertido para todos, mas infelizmente fomos surpreendidos por este acidente.

Porém, mais importante do que toda esta explicação, é saber que agora, graças a Deus, os atletas que sofreram com as picadas das abelhas já estão bem. Na última semana nos dedicamos a conversar com vários atletas e as coisas estão se resolvendo. Não há nada mais precioso do que a saúde, isso é imensurável. Conversei com o Sr. José Doutor da Boa Ventura, que além das picadas caiu e machucou o ombro, mas agora também já está melhorando.

Eu mesmo já sofri um problema muito semelhante. Há aproximadamente 10 anos atrás fui competir um Triathlon em Guaratuba e no dia da competição o mar estava frio e bravo. Havia muitas águas vivas na água e encalhadas na areia, sendo óbvio o risco de queimaduras. A organização foi alertada e ao invés de transformar a prova em Duathlon resolveu manter a natação. O resultado foi que vários atletas foram queimados e eu fui tão queimado que acabei indo pro hospital de ambulância. Um horror! A sensação de medo e depois de raiva é muito grande. Mas a grande diferença é que o risco era iminente e a largada foi dada da mesma forma. Em nosso caso, na Volta da Lagoa dos Ingleses, não havia nenhum risco iminente.

Sobre a Área Médica do evento, é importante esclarecer alguns pontos.
A única legislação que determina o tamanho da equipe médica de um evento é o Estatuto do Torcedor (AQUI), que diz que o organizador deve disponibilizar uma ambulância, um médico e dois enfermeiros para cada dez mil pessoas e comunicar previamente à autoridade de saúde a realização do evento. É claro e óbvio que uma evento de corrida desta natureza não pode ter uma equipe tão pequena e por isso a TBH contratou um total de cinco ambulâncias sendo três delas UTIs e as outras duas ambulâncias básicas. Além disso, montamos um serviço de socorro diferenciado, com a presença de alguns socorristas que circulam na garupa de motos para ficarem mais próximos aos atletas. No local do acidente com as abelhas já havia uma ambulância básica posicionada e, logo que foi noticiada a ocorrência, uma UTI e outra ambulância básica foram prontamente deslocadas para o local. O próprio Daniel me relatou que, num segundo momento, conversou com o médico no local e, além disso, o próprio Daniel foi removido para o hospital em uma das ambulâncias do evento. A ambulância do SAMU que foi chamada não foi necessária e logo que chegou já foi embora pois os primeiros atendimentos já haviam sido prestados. Todos os medicamentos distribuídos aos atletas foram fornecidos pela equipe médica contratada.

Quanto a prova de Corrida Low Limits, convém também esclarecer.
Após o chefe da equipe médica do evento nos comunicar que a situação já estava sob controle, convocamos uma reunião com os atletas inscritos na prova Low Limits. Foi explicado o acidente com as abelhas e que, como o percurso inicial seria o mesmo, deveríamos modificá-lo para garantir a segurança de todos. Refizemos o coneamento do percurso para o outro lado, reabastecemos um posto de água e reposicionamos uma das UTI. Com isso a largada foi dada às 09h45 e o percurso teve 7km, de acordo com o mapa abaixo, sendo 40% no asfalto, 30% na terra e 30% misto (grama ou asfalto à escolha do atleta). Infelizmente o percurso ficou parecido com o da edição anterior (mais montanhoso), mas tudo em prol da segurança dos atletas.

Por fim, o compromisso da TBH com a segurança dos atletas é primordial. Nunca seríamos negligentes ou colocaríamos as pessoas em risco.
O atleta é a peça mais importante de um evento esportivo e merece todo o nosso respeito.

Estamos à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas e para ouvir sugestões.
Boas Corridas!

Bruno Khouri

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

2º Circuito Mineiro de Corridas do ABC - Etapa Divinópolis 15.11.12


Por Daniel X.

Hoje aconteceu na cidade de Divinópolis-MG, a última etapa do Circuito ABC de Corridas de Rua. O evento é promovido pela rede de Supermercados ABC, e acontece em várias cidades do estado de MG.
Considerada uma das CORRIDAS TOP DE 2011, aqui no blog, a edição de 2012 manteve o mesmo nível em qualidade.

A começar pela taxa de inscrição, vinte reais, que era feita através do próprio site do evento sem cobrança de taxas adicionais. Como conta também com categoria faixa etária, a prova atrai atletas de todo estado, totalizando o valor TOTAL de R$5.000,00 em prêmios.
A retirada do kit foi feita no dia da prova, facilitando para atletas que vem de outras cidades, e veio com uma camisa em tecido tecnológico, nº de peito, e um ticket para sorteio de brindes.

Não tenho me sentido muito bem nos últimos dias, pois, além do meu quadro de saúde que, já estava um pouco debilitado, ainda tive que enfrentar "O ATAQUE DAS ABELHAS" (AQUI), no último domingo. Durante a semana venho sentindo alguns episódios de mal estar e irritação nos locais das picadas. Mas mesmo desanimado, fiz questão de participar da prova.

A largada foi realizada com alguns minutos de atraso, e foi precedida pela apresentação da banda de música da PMMG. Além de alongamento e aquecimento.
 

Na rua Goiás, ainda no primeiro quilômetro, avistei um atleta caído, que já estava sendo atendido por uma policial militar, e logo depois pela equipe da Prontomed.
Apesar do  percurso curto, cinco quilômetros, o evento pode ser considerado de nível médio, devido a altimetria. Na primeira metade do percurso são vários quarteirões consecutivos só de subida, que são sucedidos de descidas com alguns pontos bem íngremes, como na rua Pernambuco, próximo ao cruzamento com a R. Bahia.
Durante meu trajeto, o trânsito foi facilmente controlado por, PMMG, Staffs e Settrans.

Cristiano  Quadros (Teo Esportes), Mestre Lander (Divinópolis Tae Kwon Do Center), Daniel X., João Jorge (ACORD), Cap Leônidas (Friends Runners), e outros amigos.

Após o evento foi oferecido banana, maçã, macarrão, suco, iogurte e sorvete. O resultado era disponibilizado na mesma hora.
Não marquei meu tempo com exatidão, mas acredito que foi uma performance compatível com meu quadro de saúde, e fiquei satisfeito.
Senti um mal estar após a linha de chegada, e fui encaminhado ao posto de atendimento médico. Agradeço à equipe de Enfermeiros da Prontomed, que ficaram de prontidão ao meu lado, se mostrando confiantes no atendimento, e me liberando somente após estar me sentindo melhor.
Houve demora na premiação devido às atrações que antecederam a mesma, e muitos atletas não aguardaram.
Assim como em 2011 (AQUI), o Circuito ABC foi uma das melhores corridas do ano, devido ao seu custo benefício, respeito ao atleta e PRIMEIROS SOCORROS, tornando o feriado do Dia da Proclamação da República, uma grande festa na cidade.

Interessante como, uma rede de supermercados, consegue promover um evento de alta qualidade, enquanto empresas especializadas em promoção de eventos esportivos, não conseguem fazer o mesmo, ainda que cobrando até seis vezes mais o valor que foi cobrado neste evento.

Seria falta de compromisso com o atleta/cliente? Ou seria incompetência mesmo? Não sei. O que sei é que aprendi a evitar este tipo de evento. E uma má organização funciona como uma vacina para mim, depois de tomar uma vez, não adquiro mais...

Durante o evento recebi uma notícia que me deixou bastante chateado. O Circuito CDC (Conheça Divinópolis Correndo), que é promovido pela ACORD, não vai mais acontecer a partir de 2013. Com falta de apoio, e muitas vezes tendo que tirar do próprio bolso, a ACORD decidiu não dar continuidade ao circuito. É uma pena, porque na cidade não ocorrem muitos eventos como aqui em BH, e o CDC contava com uma corrida em cada mês do ano, sendo realizados em lugares diferentes.
Estou presenciando pessoalmente um circuito de corridas independente, sendo engolido pelo comercialismo frio que vem se tornando o Esporte.

Confiram as etapas que já participei:
CDC 2012: 12ª Corrida de Férias 12.02.12

CDC 2012: 15ª Corrida de Reis 22.01.12


Dedico esta matéria ao meu amigo, Alex Louceiro, que estava acompanhando sua noiva hoje na corrida. Já conheço esse cara há 20 anos, e ele esteve ao meu lado em momentos extremamente difíceis, como o  alcoolismo vivido pelo meu pai, que culminou no divórcio com a minha mãe. Se eu tiver conseguido conquistar pelo menos cinco amigos verdadeiros nessa vida, ele com certeza é um deles.

Nota: 10!

domingo, 11 de novembro de 2012

Volta da Lagoa dos Ingleses (All Limits) 11.11.12 Quase uma Tragédia...


Por Daniel X.

A Volta da Lagoa dos Ingleses faz parte do evento All Limits, que e acontece no Condomínio Alphaville. Também faz parte da All Limits a prova de Triathlon (da qual a organização está se tornando referência), Travessia e Mountain Bike.
Participei do evento na sua primeira edição, em 2011 (AQUI), onde saí com várias ferroadas de abelha. A altimetria não foi divulgada pela organização e pegou muitos corredores de surpresa, sendo a única corrida em que pensei em caminhar até hoje. Aventuras a parte, foi uma das corridas top de 2011, e por isso fiz questão de participar do mesmo. Assim como faço questão de não participar mais de eventos que deixaram a desejar, também faço o possível para voltar aqueles onde saí satisfeito.

Um grande ponto positivo foi a possibilidade de fazer a inscrição em três pontos na cidade, já que pela internet cobrava-se taxa, cobrança que atualmente sou contra.

Ao contrário de outros organizadores, quem promoveu este evento também não tem resistência em emitir nota fiscal referente ao evento.

A retirada do kit foi em uma loja no bairro mangabeiras, que é um lugar de fácil acesso (o melhor local que considero para retirada de kits é o Shopping Boulevard). A retirada foi rápida e, o kit contou apenas com camisa e nº de peito. Não veio com nenhuma propaganda (eu deixo as propagandas no próprio local).

Geralmente não tenho nenhum tipo de ansiedade no dia que antecede as provas. Mas dessa vez, realmente fui dormir com o pensamento focado neste evento. Os motivos são justificáveis, pois, estou ainda em tratamento para embolia pulmonar, e essa seria minha primeira corrida com percurso acima de 10 km desde que iniciei o tratamento. O evento também seria um preparatório para a Volta da Pampulha. Sem falar que a última vez que corri na chuva fui parar em um hospital...

Apesar das chuvas que ocorreram durante a semana, hoje o dia amanheceu apenas com uma garoa e um leve vento frio, que tornou a clima ideal para se correr.

Cheguei bem cedo no local da largada. Os atletas foram chegando aos poucos e, a quantidade de participantes foi bem abaixo do que eu esperava.
A GRANDE amiga, Adriana Meyer, que correu também em 2011

Uma lagoa de verdade, e não aquilo que se tornou a Lagoa da Pampulha...
Haviam poucos banheiros, mas proporcional ao número de corredores presentes. Além disso, o próprio condomínio conta com sanitários  e estacionamento.

A largadas estavam previstas assim:
  • 08h00 – Largada HI LIMITS – Corrida Cross Country 13k
  • 08h30 – Largada LOW LIMITS – Corrida Cross Country 7k
Devido a semana chuvosa, já esperava um lamaçal durante a corrida, o que exigiria mais cautela ainda, pois, assim como a maioria dos corredores, não usei calçado adequado para corrida cross country.

O percurso foi aparentemente bem elaborado, e percorreu no sentido oposto ao das últimas edições. Um ponto positivo, pois não deixa que o evento se torne repetitivo.

No primeiro quilômetro da prova o trajeto contava com subidas, descidas, e percurso plano, no asfalto. Logo depois adentrando na mata. A partir daí começou a verdadeira cross country, com estrada de chão, poças de água e lama, buracos, e tudo que uma verdadeira aventura tem direito.

Até aí estava indo tudo bem, com marcação de quilometragem, sinalização, staffs presentes em pontos importantes. Porém, por volta do quilômetro 2.5, próximo ao Minas Náutico, os atletas foram atacados por um enxame de abelhas (assim como nas edições anteriores). O ataque dos insetos aconteceu bem em uma descida, e como o chão estava escorregadio, muitos vieram a cair. O enxame foi tão intenso que algumas pessoas pularam dentro da lagoa. Próximo ao local dessa intercorrência havia uma ambulância, e vários corredores se dirigiram a mesma para atendimento, pois, muitas pessoas estavam apresentando reações alérgicas, como edema facial e na região do pescoço.

Perguntei ao homem que estava dentro da ambulância (não sei se era enfermeiro) se havia algum anti-histamínico, para ser administrado nas pessoas que haviam sido picadas. Porém, o mesmo se mostrou desconhecedor do que se tratava esse tipo de medicação. Como tenho curso de pronto socorrismo pela Cruz Vermelha, eu mesmo peguei a caixa de medicações e achei a medicação: maleato de dexclorfeniramina 2 mg, ou POLARAMINE. Embora não seja a primeira opção no caso de choque anafilático, era a única escolha que eu tinha no momento. Distribuí um comprimido para cada uma das pessoas que estavam apresentando reações mais graves, como, dispnéia e edema facial. Também usei aparelhos que levava no meu cinto para aferir Sat O2, pulso e pressão arterial de algumas pessoas.

O Sr. José Doutor, um idoso de 89 anos, sofreu queda e varias picadas no rosto. Solicitei ajuda de alguns corredores para me ajudarem a retirar vários ferrões que ainda estavam no rosto de José Doutor.
Atletas ajudavam uns aos outros a se livrarem das abelhas que tinham ficado presas nas roupas ou cabelos.

Enquanto estava ajudando no atendimento dos atletas, também comecei a sentir sintomas de anafilaxia (levei aproximadamente 20 ferroadas), meu pescoço apresentou edema, uma leve falta de ar e taquicardia.

Fui encaminhado à ambulância, onde já haviam quatro pessoas a espera de atendimento. Foi quando alguém gritou que uma pessoa havia desmaiado.  Então mandaram que todos os que estavam na ambulância descessem para atender à essa intercorrência mais grave.
Assim não vi outra opção a não ser ligar para o SAMU, pois vi que o evento não tinha estrutura para este tipo de intercorrência. Fui encaminhado ao Hospital Biocor, juntamente com outros atletas, onde recebi anti-histamínico endovenoso e fiquei em observação durante algumas horas.

A corredora Drika Jardi , registrou em fotos aquele momento de desespero:







A quem culpar? À Organização? À Mãe Natureza? Os próprios corredores, por estarem invadindo o espaço das abelhas? Não sei. Só sei que colocar minha integridade física em risco é uma coisa que não faço, e foi a última vez que participei de um evento dessa organização.

Alguns atletas comentaram que se fosse feito uma vistoria no percurso antes da largada, esse problema poderia ter sido evitado. Também não sei...
Enquanto estava na ambulância, ouvi alguém dizendo que a Low Limits havia sido cancelada.

Não tive mais notícias das várias pessoas que sofreram as picadas de abelha, mas espero que todos que passaram por aquele momento de desespero, tenham se estabilizado e saiam sem nenhum tipo de sequelas, a fim de que o evento não se torne uma tragédia...

Esta foi a ÚNICA prova que não completei até hoje.

A Juliana Falchetto também fez um relato da prova em seu site, RunJun A pior prova da minha vida.
Vivian Dombrowski, também postou sobre o caso em sua coluna, no Papo de Esteira: Seu médico está preparado?

FOTOS GRATIUTAS: Em breve AQUI!

Os Efeitos Colaterais da Copa Já Apareceram nas Corridas de Rua...


Por Daniel X.

Essa semana tive conhecimento de que, o tradicional local de largada da Volta Internacional da Pampulha, foi alterado para frente do estádio Mineirão. No primeiro momento cheguei a pensar que teria  sido por alguma reivindicação da Associação de moradores da Pampulha, que estão sempre engajados em lutas como: evitar que um dos cartões postais de BH se torne um pântano, impedir a construção de edifícios na orla da lagoa, entre outras.
Mas depois pensei bem e cheguei a outra conclusão:
A alteração do percurso se deu SIMPLESMENTE para fazer um marketing da Copa, usando o estádio Mineirão como  pano de fundo na Volta Internacional da Pampulha.

Mas será que os corredores/CLIENTES foram consultados? Pelo menos para mim, que participo da prova desde 2009, não chegou nenhuma notificação.

As primeiras reações dos corredores que vi nas redes sociais não foram muito positivas, pois, além de alterar o tradicional local da largada, ainda transferem o novo local para um morro!
Assim como já aconteceu em outras provas tradicionais no país, a organização faz suas alterações sem nem ao menos se importar com a opinião de quem realmente BANCA o evento.
É mais uma vez o corredor servindo de bode expiatório para interesses alheios...

Antiga altimetria da prova:


Como se já não bastasse o que as obras para a Copa do Mundo trouxeram até agora ao cidadão brasileiro, como o fato de o governo investir em estádios de futebol enquanto saúde, Seg. Pública e Educação agonizam, agora seus efeitos colaterais também já começam a aparecer nas corridas de rua. Não vou de forma alguma entrar no mérito de afirmações como "com a copa do Mundo quem ganha é a população", "vai gerar empregos", "patriotismo" (???), "aumento do turismo", etc.
Porque estamos cansados de saber que quem lucra com esse tipo de "mega-evento esportivo" definitivamente NÃO É O POVO...

Alguém aí visitou a África depois da Copa de 2010?
Como fica a África do Sul após a Copa do Mundo?
Um ano depois da Copa, estádios da África do Sul amargam prejuízos
Depois da Copa, África ''fecha para balanço''

Quer gerar empregos? Construa hospitais, presídios e escolas. Vai gerar empregos na área de construção civíl, gastronomia, e também nas áreas específicas de cada uma dessas obras.
Aumente  o número de policiais nas ruas, médicos em hospitais e professores nas escolas. De onde tirar tanto dinheiro? Dos impostos que pagamos, que colocam o país entre os primeiros no ranking dos que cobram mais impostos, mas fica entre os últimos no ranking de retorno sobre impostos pagos.
Obras para a Copa: orçamento estourado em RS 3,5 bilhões
Custo da Copa 2014 está 14,7% maior que previsto, aponta TCU
Quatro dos 12 estádios da Copa podem ser 'elefantes brancos' após torneio, diz estudo
Estudo dinamarquês aponta Arena Pantanal como “elefante branco” após Copa
Obras para a Copa em Porto Alegre ficam 64% mais caras, diz TCU

Enquanto isso...
Poluição dobra em 20 anos na Lagoa da Pampulha, diz pesquisa
Pampulha sofre com águas turvas e obra atrasada
Despoluição da Lagoa da Pampulha está ameaçada
Lagoa da Pampulha vira ‘lixão-postal’ de BH


Eu definitivamente ODEIO futebol, mas respeito o gosto das outras pessoas, é claro. Porém, acho que já passou da hora do cidadão diferenciar entretenimento de alienação.


 "Chicago enviou a Oprah e a Michelle. O Brasil mandou 50 strippers e meio quilo de pó. Não foi uma competição justa”
  Robin Williams, a respeito das escolha do Brasil para ser sede das Olimpíadas (haja Elefante Branco...)

Fotos:Google