A ideia do movimento se deu após um evento que será realizado em salvador-BA, lançar seu anúncio recheado de segregação social, fato que gerou protestos em redes sociais, vindo a organização a trocar seu banner posteriormente. Saiba mais Aqui.
Mas a substituição do banner não acalmou os atletas baianos, que continuaram a protestar contra o evento. Então sugeri que fizessem um treino/manifesto na mesma hora, data e local, do evento supracitado. Sugeri o nome e até mesmo um "kit". O nome: "Corrida Pipoca", fazendo uma alusão aos corredores que participam de eventos, sem pagar. O evento em Salvador ainda está para acontecer, vamos ver o que os corredores baianos vão decidir, afinal, ficar reclamando da vida em rede social não vai mudar nada.

Com apenas três anos de corrida, já participei de eventos o suficiente, para presenciar todos os tipos de absurdo: faltar água para corredor; faltar troféu; faltar medalha; fruta podre após a linha de chegada; falta de assistência médica adequada; corredor tendo que se esquivar de carro, devido ao trânsito que não foi organizado; extravio de dados pessoais de atletas; cancelamento de evento sem aviso prévio, onde os corredores só ficaram sabendo do cancelamento ao chegarem no local da prova; e inúmeros outros fatos constrangedores. E muitas vezes, em eventos caros.
O valor das inscrições é outro fator que vem excluindo muitos atletas dos eventos. Na maior parte das vezes, tenho participado de corridas com uma organização infinitamente desproporcional ao preço que é cobrado ao atleta. Falta de incentivo como, ausência de prêmiação por faixa etária e ausência da categoria PNE (portadores de necessidades especiais), também são fatos muito comuns nos eventos realizados em BH.
Venho sempre acompanhando reclamações de atletas quanto às organizações, mas não tenho visto muita coisa ser feita.
Em outubro deste ano, o meu amigo, Eduardo Carvalho, me disse que também estava revoltado com algumas organizações, e que, inclusive, participou de uma corrida onde a organização deixou o evento antes da chegada da última corredora, que era uma senhora idosa. Eduardo Carvalho me sugeriu um manifesto em algum evento. Então resolvi colocar a idéia da"Corrida Pipoca",em prática aqui em BH. O evento escolhido foi o C. Adidas, que é um evento que atrai muitos corredores, mas que também está entre os eventos mais criticados pelos mesmos, fato que pode ser comprovado através de uma breve pesquisa na internet.
O manifesto foi lançado como evento no Facebook, usando as imagens que criei para os corredores de Salvador.
Um número considerável de atletas se manifestou favorável, inclusive confirmando presença.

Surgiram várias sugestões através do canal do manifesto, no Facebook, entre elas, a sugestão da atleta Maria Vitória, de que os corredores carregassem uma faixa de protesto. Maria Vitória, assim como outros, também se disponibilizou a participar do rateamento da faixa.
Mandei fazer um banner que tem vida útil de aproximadamente dois anos, se exposto a condições climáticas, ou seja, vai ser usado em muitos eventos.
A frase que escolhi:


Chegado o dia do manifesto parecia que São Pedro tinha algum contrato com organizador de eventos. A chuva com certeza seria impecilho para muitas pessoas.
Cheguei no local do evento às 7:00 h. Ninguém presente...
Fiquei um tempo parado sob a chuva, com a certeza de que seria o único manifestante.
Minutos depois, eis que surge o Robson, que apesar de inscrito no evento, apoiou a idéia...
Depois o Batman...
Nescau...
E de repente, o grupo já tinha um número considerável de pessoas. Entre elas: Conrado Pinto de Lazari (de boné preto), Ronildo dos Reis, Euller dos Santos Alves, Gislaine Alves Dias, Valquiria Pereira e Diogo Teixeira.
Exibimos a faixa do manifesto na largada dos 5 e 10 km, depois fizemos o trajeto empunhando a faixa.
Largamos depois de todos os participantes, para não atrapalhar ninguém.
Parada na Igreja São Francisco de Assis, para registrar o momento "histórico".
Um dos momentos mais emocionantes foi quando fizemos um sprint, a poucos metros da linha de chegada, empunhando a nossa faixa de protesto. Vários corredores aplaudiram, e com certeza, refletiram sobre o que fizemos.

Apesar de que várias pessoas não puderam comparecer, conseguimos nossa meta, que foi chamar a atenção da organização e dos corredores. E espero que na próxima (sim, vai haver próxima!), mais pessoas compareçam, para demonstrar sua insatisfação quanto ao jeito que o corredor/cliente, vem sendo tratado.

Reitero que cada um levou sua água e fruta, não usufruindo do evento, apenas exercemos nosso direito de ir e vir.
Opinião do atleta/cliente:
Em 2010, o atleta amador, Antônio Colucci, criou a São Silvestre Cover, devido aos valores das inscrições dos eventos, além das mudanças das regras da mais tradicional corrida de rua do Brasil, a Corrida de São Silvestre (uma delas é a que a medalha de finisher, seria entregue junto do kit).
São Silvestre Cover 2010: corredores com nariz de palhaço, mostrando sua insatisfação com a organização da São Silvestre.

Em 2011 parece que a organização da SS não aprendeu a lição, e "renovou" ainda mais o evento. A Yescom, organizadora da prova, decidiu tirar a tradicinal chegada da corrida da Avenida Paulista, gerando mais insatisfação ao corredores. Para piorar, o diretor geral da prova, o Sr Júlio Deodoro, fez a infeliz afirmação: "se 1,5% tá contestando, já tenho 98,5% fazendo sua inscrição", mostrando que trata a corrida de rua meramente um negócio, além de não saber ouvir seus clientes.
Vamos correr a São Silvestre na Paulista?
Correr ou não de "Pipoca"?
Vídeos pelo site WebRun