Por Daniel X.
Corredor de Verdade Vs. Corredor de Modinha
Recentemente tenho dado certa atenção a alguns comentários referentes aos tipos de corredores que existem no mundo das corridas. Muitas postagens com os termos "corredor de verdade" e "corredor de modinha".
"Essa corrida é para corredor de verdade, aquela corrida é para corredor de modinha".
Sinceramente não sei quem é quem. O que os classifica como tal? Como se já não bastasse toda discriminação de tudo quanto é tipo em nosso país, agora vamos passar a fazer subdivisões de classes nas corridas de rua.
Afinal, como se faz tais classificações? Pelas roupas que o atleta usa? Sua performance? As provas das quais participa? O tempo que corre?
Corredor de modinha seria aquela pessoa que participa de provas e, depois para, porque não é um "corredor de verdade"? E a partir de quando um corredor de modinha é promovido a corredor de verdade?
E quem sou eu para rotular alguém como corredor "A" ou "B"?
Gostaria de saber isso dos porta vozes dos "corredores de verdade". Aliás, quem são os porta vozes das corridas de rua? Uma pessoa que tem um bloguinho como este aqui?...
Que eu saiba existem as categorias: Profissiona/Amador, Masc./Fem., e PNE. Mas posso estar enganado.
No passado eu mesmo já usei esses termos, mas não uso mais. Para mim, todos são corredores.
Nota Fiscal
Uma das exigências que tenho como cliente nas corridas, é emissão nota fiscal referente ao produto/prestação de serviços, que é um direito previsto em Lei, independente de opiniões. Apesar disso, muitas pessoas esclarecidas e, que chegam a ser até referência em corridas de rua, são contra. Depois de refletir o porquê dessa postura, cheguei a uma conclusão óbvia: "é claro, quem ganha cortesia não vai exigir nota fiscal, não é mesmo?"
Como vou exigir nota fiscal de um produto que não comprei?
Muitas pessoas ligadas às corridas de rua acabam fazendo certas "parcerias" com organizadores de corridas, em troca de cortesias e outros brindes, para divulgar eventos e outros produtos. Até aí tudo bem. Mas quando essa pessoa passa a defender irregularidades por parte dos organizadores contra os próprios corredores, isso já não é parceria. Para mim isso não é ser parceiro, e sim, ser lacaio.
O ultramaratonista
Jorge Cerqueira, sempre cita que os corredores deveriam ser mais unidos. Mas quem quer correr o risco de perder a bocada de ganhar uma cortesia por mês? (nossa, dá para ficar milionário com essas cortesias).
Cortesia
Cortesias já aceitei, mas não aceito mais, pois sei que o valor das inscrições já cobre uma cota de cortesias. Na academia onde treinava, sorteavam dezenas de cortesias para os clientes, e quem você acha que paga por isso? A organização? Não, aquele atleta que trabalha o mês inteiro para participar de evento que custou 100 reais. E estou citando só a academia que eu treinava, hein! Equipes, assessorias esportivas, sites, blogs, e muitos outros também ganham as tais cortesias.
Não tenho nada contra os organizadores disponibilizarem cortesias, desde que não saia do bolso de quem está pagando para correr.
Os organizadores de grandes eventos costumam divulgar o enorme número de inscritos em seus eventos. Gostaria que divulgassem também o número de PAGANTES...
As corridas que oferecem mais cortesias geralmente são as mais caras.
Correr de Pipoca
Usufruir do evento sem estar inscrito, acho errado. Correr na via não acho errado, pois seria muita megalomania achar que sou dono de uma via pública, só porque paguei uma mixaria para participar de um evento. Alguns defendem a tese de que "a organização aluga aquele espaço para realização do evento" (????). Se fosse assim, ninguém poderia nem atravessar a rua na faixa de pedestre enquanto ocorre a prova.
Se o cidadão não está atrapalhando a realização do evento, nem usufruindo daquilo que não pagou, ele
PODE usar a
VIA PÚBLICA e não há nada previsto em Lei que o impeça.
Já cheguei a ler em outro
blog, uma matéria onde o autor, que é organizador de corridas, classificar os "pipocas" como "BANDIDOS" e "PESSOAS SEM NOÇÃO".
Abaixo dois vídeos com opiniões a respeito.
Já o
"Manifesto Pipoca", que fazemos aqui em BH, não tem nada a ver com correr de "pipoca". Basta ler a respeito (
AQUI) e saber interpretar texto, é claro.
Valores
Existem também as reclamações devido aos valores que vem sendo cobrados nas corridas.
Que cobrem 100, 150, 200 reais, desde que ofereçam um serviço proporcional ao valor cobrado. Recentemente enviei a seguinte mensagem a um organizador: "Quanto aos valores, minha queixa é naqueles casos em que o valor cobrado seja desproporcional ao serviço oferecido,por exemplo, pagar 90 reais e faltar e hidratação, ou receber uma camisa que não serve nem para pano de chão".
No caso das pessoas menos favorecidas, opção tem. Em BH e região, existem inúmeras opções durante o ano, como, Circuito Bradesco, C. Caixa, Corrida da ALMG,Corrida do TJMG,Corrida do Carteiro, além daquelas corridas mais underground, que são as que eu tenho gostado mais. Agora, se o atleta faz questão de correr um evento que cobra 120 reais, onde o maior atrativo é o nome da prova, isso é com ele mesmo.
Ser Mártir?
Também já li opiniões de pessoas que, rotulam os corredores que exigem seus direitos como cliente, de " Mártir".
Exigir respeito agora é se tornar mártir? O que acontece é que, o conformismo está tão inserido na nossa cultura (ainda mais com essa Justiça morosa do nosso país), que quando alguém aparece reivindicando aquilo que é seu por direito, logo já entendem que o "cara quer é aparecer", "ser mártir", "ser herói".
Quando você compra um produto em uma loja e ele vem com defeito, você ignora o fato? Pois é, corrida de rua é um produto (ou prestação de serviços), e muitas vezes nos deparamos com falta de respeito com o cliente.
No meu caso, reivindicar meus direitos faz parte do meu cotidiano (PROCON e
Reclame Aqui que o digam), mas quando vejo corredores reclamando porque outro está exigindo seus direitos, tenho a certeza de que precisamos fazer alguns clones do
Antonio Colucci.
Seria Steve Prefontaine, um mártir das corridas?...
Polêmica...
"Você gosta é de ver o circo pegar fogo, causar polêmica". É isso que muitos falam quando leem minhas postagens. Mas se estão se referindo à palavra "
Polêmica", no seu sentido literal, estão certos. Gosto mesmo de uma boa polêmica.
E como diz o blogueiro/vlogueiro,
Clarion de Laffalot, este "é um blog destinado a postar imagens e textos intencionalmente polêmicos e controversos. Se você é do tipo de pessoa que se ofende fácil ou não sabe argumentar, melhor visitar
OUTRO SITE"...