Não acompanho grandes eventos esportivos que acontecem pelo mundo. Com exceção dos campeonatos de Taekwondo, que raramente são transmitidos, mesmo em TV por assinatura. Mas na última semana, um fato ocorrido em uma grande maratona gerou taaanta repercussão (devido à insistência de corredores em ficar dando atenção ao mesmo) nas redes sociais, que acabou chamando minha tenção também: o penetra da Maratona de Berlim.
Antes que o primeiro colocado da maratona de Berlim cruzasse a linha de chegada, um "atleta" que estaria supostamente inscrito na prova, invadiu o espaço próximo ao pórtico de chegada e rompeu a fita antes do verdadeiro campeão, mesmo com a segurança reforçada devido ao atentado em Boston.
Veja como foi realizada a "façanha":
Segundo o google hostednews, "Um porta-voz da polícia de Berlim confirmou a SID, filial da AFP, que o homem foi acusado de invasão e, posteriormente, foi proibido de participar de futuros eventos que são realizados pelos organizadores da maratona de Berlim."
O episódio foi comparado ao do "padre" Cornelius Horan, que em 2004 invadiu a pista da Maratona das Olimpíadas de Atenas, atrapalhando o maratonista Vanderlei Cordeiro, que se encontrava em primeiro lugar na prova até aquele momento. Em 2003 o "padre" já havia feito o mesmo no GP de Silverstone. Mas nesse caso, ele contribui para a vitória de Barrichello...
As proezas renderam ao "padre" a publicação do livro "Dancing priest", em 2010, pelo jornalista Aidan O'Connor, dois meses de prisão, e reconhecimento mundial, vindo a participar de vários programas de televisão...
Mas parece que a intenção do "penetra de Berlim" também não era simplesmente entrar para a lista de celebridades instantâneas, e sim, divulgar um site de prostituição (ou de acompanhantes de luxo, se preferirem) que estava estampado na sua camisa.
O "penetra de Berlim" na verdade se chama Davide N., e nas palavras do mesmo, "Eu só queria fazer publicidade para o meu negócio...agora eu sou conhecido em todo o mundo (...) Foi fácil, só pedi para uma senhora que estava na minha frente, chegar um pouco para o lado e pulei a barricada". E garante que vai fazer repetir a proeza mais vezes para turbinar seu negócio.
Isso mostra que a segurança nesses eventos pode não ser tão eficiente assim, já que, duas semanas antes, ele já havia invadido um jogo de futebola de um campeonato na Alemanha.
E seu marketing deu certo, pois, ao invés de todos o ignorem e deixarem simplesmente que as autoridades locais tomassem as devidas providências, a foto bombou nas redes sociais e nos principais tabloides do mundo.
Quando se trata de jornalismo, tudo bem, pois o que querem é simplesmente VENDER notícias que possam trazer mais ibope.
Já a reação dos corredores nas redes sociais, só serviu para divulgar o negócio de Davide N.
Inclusive, com alguns comentários meio intolerantes...
Não me lembro bem onde foi, pois ainda estava no começo das divulgações sobre o penetra, mas cheguei a ler algo do tipo: "deveria tomar uma surra e ser colocado em sal grosso"..."deveriam ter aplicado a lei antiterrorismo nesse cara"...LEI ANTITERRORISMO???!
Às vezes o fanatismo pela corrida de rua pode ser tão prejudicial quanto um fanatismo religioso. Aliás, todo fanatismo é prejudicial...
Com tanto tipo de crime sendo cometido de forma impune por aí, "estragar" uma foto de chegada talvez seja a menor de nossas preocupações.
Sem falar que esse tipo de repercussão (mesmo que negativa), acaba incentivando outros a fazerem o mesmo, pois sabem que a popularidade é garantida.
O próprio corredor parece não ter se importado muito com a invasão, afinal, venceu a maratona, ganhou 40 mil euros pela vitória, e ainda quebrou o recorde da prova (que lhe rendeu mais outros 50 mil euros).
Será que o campeão da maratona está chateado com penetra que "estragou sua foto" na chegada?
Acho que não...
Na verdade, até agora não sei o nome do campeão/recordista da prova, pois não acompanho o mundo business das corridas de rua (e nem me interessa). Não sou de saber qual atleta está no auge, qual tênis está na moda, nem qual evento é o mais badalado.
Gosto apenas de participar de corridas. Essa coisa de torcer, acompanhar recordes, e idolatrias, definitivamente não é comigo.
Na minha opinião, apoiar/valorizar/incentivar o atleta/esporte é diferente de modismo.
Por outro lado, agora conheço o site DIVAMAP.COM, e já estou fazendo cursinho de alemão pelo youtube, e verificando os melhores pacotes na classe econômica para a próxima maratona de Berlim. O problema mesmo vai ser o € para as Divas...
cara, depois desse post nunca mais leio seu blog. e vc devia tirar a palavra run do seu blog, já que prefere ver site de prostituição a saber quem é o recordista mundial da maratona.
ResponderExcluirAnônimo, se Vc não conseguiu captar a mensagem da postagem, não posso fazer muito. Não gosto de entregar as coisas mastigadas, pois acredito na inteligência das pessoas. Também não posso gastar meu tempo lhe ensinando a figura de linguagem Ironia.
ResponderExcluirÉ uma pena perder um leitor, pois, pago minhas contas com as visualizações desse blog, que são a maior parte da minha renda.
Qto à palavra "Run", ela vai continuar quietinha onde está...
rsrsrsrsrs !!!
ExcluirOlá Daniel! O grande problema são os penetras que levam bombas. Feridos na maratona de Boston ganham próteses e reaprendem a correr. http://noticias.uol.com.br/album/2013/10/07/feridos-na-maratona-de-boston-aprendem-a-andar-com-proteses.htm
ResponderExcluirSim, mas no caso acima não teve este tipo de vítima. O link do atentado de Boston já está na minha matéria.
ResponderExcluirE como o próprio penetra disse, "Foi fácil, só pedi para uma senhora que estava na minha frente, chegar um pouco para o lado e pulei a barricada", garantindo que vai fazer novamente.
Por outro lado,foi bom para mostrar ao mundo o quanto a segurança dos eventos é vulnerável.
Se fosse eu no caso do Vanderlei dava um boxe na cara desse padre, depois desta cena as pessoas querem aparecerem para se promoverem, pois este ai deu sorte tambem, talvez o queniano deve ter lembrado do Vanderlei e começou a rir...hehehe...Mas que e uma falta de respeito, isso é....Isso aconteceu também numa corrida de 6km do banco bradesco aqui no Rio estava fotografando e no final da corrida uma mulher tentou agarrar ele, mas o queniano tomou um susto e sendo agil livrou da mulher, nao lembro se tenho esta foto aqui, caso achar te mando...Agora que o cara ficou famoso isso sim...Já que o Brasil terá as Olimpiadas também tera que rever isso.
ResponderExcluirBons treinos,
Jorge Cerqueira
Ultramaratonista
www.jmaratona.com
Bem lembrado, Jorge. Nas corridas de rua/maratona aqui no Brasil, o povo transita/cruza a pista a qualquer minuto. Bicicletas passam no meio de corredores, passam dento dos pórticos, etc. Imagina numa olimpíada. Se nossas autoridades forem espertas, o episódio serviu para alertá-las. Mas duvido...
ExcluirJá presenciei em muitas corridas o tráfego de carros, bicicletas, até ônibus cruzando o percurso. Isso mostra a desorganização dos "organizadores". Pagamos caro por eventos que não trazem segurança para nós. Fica aí o alerta para os (des)organizadores. Parabéns pelo belo post.
ResponderExcluirAbraço,
PauloBH
E hj teve isso lá na corrida da ALMG, mas pelo menos vi alguns tomando canetada...
Excluir