domingo, 22 de julho de 2012

Lei para regulamentação das corridas de rua em Belo Horizonte


Por Daniel X.

Corridas sem premiação por faixa etária, ausência da categoria PNE - portadores de necessidades especiais, atraso no pagamento das premiações, organizadores que não cumprem sua parte no regulamento, percursos divulgados em cima da hora, etc.
Estes são alguns dos problemas que nós atletas, temos nos deparado nas corridas de rua em Belo Horizonte. Evento após evento, quase sempre estes e outros fatos desagradáveis tem trazido desgaste em uma atividade que deveria ser prazerosa.
Mas quando isso acontece a quem recorrer? PROCON, DECON, FMA?
Se não existe uma lei específica e um orgão fiscalizador, o atleta muitas vezes fica desamparado.
Já a algum tempo atrás, li no blog da Dra Maria Letícia Fagundes, um link para elaboração de um projeto de Lei para dar suporte aos atletas curitibanos.

Desde então tive vontade de copiar essa ideia para ser usada aqui em Belo Horizonte.
Chegando o ano eleitoral resolvi colocar essa ideia em prática, elaborando um projeto (baseado no projeto dos atletas curitibanos), e lançar a petição referente a este projeto através da plataforma Avaaz.

"Desde 2007 os membros da avaaz já: fizeram mais de 32 milhoes de ações;doaram mais de $15 milhões pela internet;organizaram mais de 10.000 manifestações;
ganharam diversas vitórias significativas, entre elas a criação da maior área de preservação marítima do mundo, a manutenção das proibições da caça às baleias e do comércio de marfim, a promulgação de enérgicas leis florestais e de anticorrupção no Brasil e a mudança de políticas estatais sobre mudanças climáticas no Japão, Alemanha e Canadá."
Wikipedia

Já participei de várias petições através da Avaaz, e hoje estou colocando na rede a petição do projeto de lei que enviaremos para a Câmara Municipal de Belo Horizonte, com o objetivo de auxiliar e dar verdadeiro suporte aos atletas da região. Para que seja criada uma  regulamentação adequada para as corridas de rua.

Assine a petição Aqui! (E compartilhe!!)

Conheça texto do projeto na íntegra :
1. Da isenção:
Estão isentas da aplicação desta Lei as organizadoras de Corrida de Rua que demostrarem real interesse em contribuir com o esporte e cobrarem todas as inscrições com o valor máximo de R$30,00 ou arrecadação de material para doação, como alimentos e agasalhos. Excluindo-se deste valor os casos previstos pela constituição de meia inscrição (Idoso, menor, Deficiente e estudante);

2. Dos kits, troféus e medalhas :
A qualidade do material e composição a ser oferecido nos kits de cada corrida, bem como imagens dos troféus e medalhas dever ser informados nos folders e nos veículos de mídia eletrônica (Blogs e sites) que promovam e/ou divulgue os eventos, oferecendo aos corredores total detalhamento do produto que estará sendo adquirido a partir da inscrição em um evento de Corrida de Rua.

3. Das Premiações por número de participantes inscritos:
Corridas de Rua com até 1000 participantes e inscrições cobradas acima de R$30,00 deverão destinar no mínimo 10% do valor arrecadado com as inscrições para a Premiação em dinheiro dos participantes.
Corridas de Rua acima 1000 até 2000 participantes e inscrições cobradas acima de R$30,00 deverão destinar no mínimo 15% do valor arrecadado com as inscrições para a Premiação em dinheiro dos participantes.
Corridas de Rua acima de 3000 participantes e inscrições cobradas acima de R$30,00 deverão destinar no mínimo 15% do valor arrecadado com as inscrições para a Premiação em dinheiro dos participantes, e no mínimo 10% do valor arrecadado com as inscrições voltado ao incentivo à prática esportiva em Belo Horizonte (PL 2095/2012, que tramita em 1º turno na CMBH). Os percentuais exigidos são mínimos e podem ser superados conforme o interesse do organizador do evento em atrair mais atletas para o seu evento.

4. Das premiações por categorias:
As premiações deverão contemplar corredores das categorias geral e por faixa etária a cada 05 anos , e a  categoria PNE ( auditivo, Cadeirantes, Membros Superiores e inferiores e Visuais), previstas pelo CBAT:
Corridas até 1000 participantes – Deverão ser premiados no mínimo os 03 primeiros colocados na categoria geral masculino e feminino, no mínimo 03 primeiros colocados na categoria por faixa etária masculino e feminino, e  categoria PNE ( auditivo, Cadeirantes, Membros Superiores e inferiores e Visuais)  masculino e feminino, no mínimo 03 primeiros colocados na categoria.
Corridas acima de 1000 participantes – 05 primeiros colocados na categoria geral masculino e feminino, 03 primeiros colocados na categoria por faixa etária masculino e feminino, e  categoria PNE ( auditivo, Cadeirantes, Membros Superiores e inferiores e Visuais)  masculino e feminino,  03 primeiros colocados na categoria
Os números de premiados exigidos são mínimos e podem ser superados conforme o interesse do organizador do evento em atrair mais atletas para o seu evento.
Toda corrida realizada na cidade, deve contar com categoria PNE, independente do número de inscritos. As categorias são: auditivo, Cadeirantes, Membros Superiores e inferiores e Visuais.
*São poucas as corridas em BH que contam com a categoria PNE. Muitas não tem nem premiação por faixa etária.

5. Dos percentuais de Premiação:
As premiações deverão ser divididas proporcionalmente em seus percentuais:
Para categoria geral(masculina e feminina).Para categoria por faixa etária (masculina e feminina). Para  categoria PNEauditivo, Cadeirantes, Membros Superiores e inferiores e Visuais)  masculino e feminino.
 É permitido a variação de 10% percentuais, para as categorias.

6. Dos prazos para pagamento das Premiações:
Nas corridas até 1.000 participantes inscritos – Pagamento imediato, subsequente as premiações no pódio.
Nas corridas acima de 1000 participantes inscritos – Pagamento em até 05 dias úteis. Órgãos da administração pública: Municipal, Estadual e Federal. Tem prazo de pagamento de 05 dias úteis para depósito em conta dos premiados.
Nos casos de exame anti doping o prazo é de 30 dias úteis.Pagamentos em cheque serão permitidos somente a Pessoa Jurídica das organizadoras.

7. Dos podiums:
As organizadoras de Corridas de Rua estão obrigadas as oferecerem estrutura de pódium com painel alusivo ao evento e as referidas colocações descritas, sejam elas do 1º ao 3º colocados ou do 1º ao 5º locados. Isto se deve a valorização e exposição de imagem do atleta e seu patrocinador/equipe.
*Uma folha de papel jogada ao chão. Isto seria um pódio digno para um atleta que batalhou tanto para chegar ali?

8. Da arrecadação Municipal:
Um Percentual (a ser definido) do valor total arrecadado com as inscrições de corredores, patrocínios e doações aos eventos de corrida de rua, deverão ser recolhidos pelo organizador à SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPORTES LAZER  da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, para custear as despesas de fiscalização e fomentar o esporte “Corrida de Rua”, tanto no custeio de despesas de atletas selecionados, quanto na construção de estruturas para a prática do mesmo como: centros esportivos e pistas de treinamentos. 

9. Das doações:
As doações realizadas pelas organizadoras de Corridas de Rua a instituições de caridade, apoio e auxílio a classes necessitadas, ainda que sem fins lucrativos, não isentam-nas do cumprimento da Lei e não podem ser deduzidos do valor total arrecadado com as inscrições de corredores, nem tampouco reduzir as premiações.

10. Das penalidades:
O não cumprimento dos itens relacionados nesta Lei, implicarão na proibição de realizarem corridas de rua em Belo Horizonte-MG às empresas organizadoras de corridas de rua, durante 02 anos.Para a fiscalização do cumprimento desta Lei e aplicação da respectiva penalidade, denominar-se-á SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPORTES LAZER  da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte “Agente fiscalizador”.

*Os comentários adicionados às fotos não fazem parte do texto do projeto de Lei para regulamentação das corridas de rua em Belo Horizonte.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Minha primeira Maratona: Prazer, meu nome é DETERMINAÇÃO.



Por Mauricio Sá – Maratonista PNE Auditivo

Como atleta, foram anos de sonhos, meses de intenções, dias de ansiedade e minutos incontáveis de espera. Busquei e transformei o meu sonho em realidade: Participei pela primeira vez de uma maratona. A escolhida foi a Maratona Rio de Janeiro.
A Maratona do Rio teve a Meia Maratona e a Olympikus Family Run, com 6km.

Com largada às 7h30m, dia 8 de julho, na Praça do Pontal do Tim Maia, no Recreio dos Bandeirantes, passando pelos belos cenários das praias do Recreio, Reserva, Barra da Tijuca, São Conrado, Leblon, Ipanema, Copacabana, Botafogo e chegando no Aterro do Flamengo, com chegada da maratona, da meia maratona e da Olympikus Family Run.

Era a minha primeira maratona, porém, por ouvir meus amigos veteranos em maratonas, fiz questão de escolher qual delas participaria pela primeira vez, além de ter pegado dicas de treinamentos e alimentação. Há meses atrás, houve uma maratona planejada em Belo Horizonte, contudo, fui desaconselhado, por causa da altimetria na capital mineira, falta de experiência em 42 km e treinos específicos.

Marquei minhas férias no propósito de poder participar da Maratona Rio. Após os três meses de treinamentos, finalmente, chegou o momento sublime. Confesso que três dias antes da viagem era friozinho na barriga e uma ansiedade interminável, apesar de várias corridas e meia maratonas no currículo, porém, estava com objetivo determinado.
Momento de tour, fundo Pão de Açucar

Cheguei à capital Fluminense dia 05 de julho, a três dias da Maratona Rio. Foi uma excelente oportunidade para adaptação à cidade e ao local da corrida e o melhor, afastei a fase psicológica de ansiedade.

Com a retirada do kit no Museu de Arte Moderna, próximo ao Aterro do Flamengo. Encontrei meu amigo de corrida, Daniel e sua simpática esposa, rapidamente trocamos ideias acerca da maratona e tiramos algumas fotos.
Retirada do kit 
 
Fiquei impressionado com a organização Top de linha da responsável pelo evento. Fui bem recebido por uma equipe que eu desconhecia, a  Achilles International, uma entidade voluntária, que trabalhar ao redor do mundo em prol dos atletas PNEs , sempre promovendo a inserção dos atletas ao esportes.
Kit , boné, squizzer e camiseta.

Aproveitei da sexta-feira, dia 6 de julho para um trote de 10km pela orla da praia, para “soltar“ os músculos, porém, fiz questão de cumprir fielmente o planejado, afinal, estava com disciplina e determinação para ir ate o final.
Soltando os músculos, Praia do Arpoador

Como ninguém é de ferro, à noite, fomos à famosa Boemia do Lapa com meu amigo Marcus Felipe e amigas Letícia e Gabriella, todos cariocas de gema.
Hora de relaxar: arco da Lapa

Sábado, na parte da manhã reservei para um relax, caminhando e mergulhando nas praias de Copacabana e Ipanema. Com certeza, foi neste momento que realmente senti em casa e adaptado ao clima carioca e preparado para o desafio.Fui dormir às 20hs. Foi um belo sábado de sol.

Eu e Carlos Drummond, filosofando, “Correr é mais que esporte, é filosofia de vida”

Sendo autodidata, foram tres meses de treinamento direcionado nesta corrida de longa distância, treinos puxados e longões pela orla da Pampulha e, é claro , alternando entre bike, minha outra paixão, e musculação. Procurei aprofundar na famosa “Tríade do corredor” – Treino/Alimentação/Descanso, termo inspirado por mim.


Durante cinco dias antes da maratona, alimentei-me à base de massas e carboidratos, como, macarrão, lasanha, bolo de côco, pães, sem dispensar das frutas, saladas e muito liquido.

Aproveitei a visita à cidade para comprar a minha desejada cinta de hidratação que, por sinal, foi muito útil. Com um preparo de seis saquês à base de Carbogel com Isotônico, o outro pote, preparei com três capsulas de repositor hidroeletrolítico, que possui sais minerais, principalmente sódio, cloro e potássio, carboidratos em 6% a 10% de concentração. Além, é claro, de não dispensar a excelente distribuição de águas e isotônicos nos percursos de 42kms.
Isso foi crucial para que chegasse ao final da prova inteiro e deu certo !!!

No dia da largada meus amigos corredores, principalmente Daniel Xavier, provavelmente crucificaram-me, pois eu torcia para que São Pedro fizesse aquilo que a previsão do serviço de meteorologia havia previsto: chuva fina na parte da manhã. O meu amigo sofreu de hipotermia por causa dos fortes ventos e chuvas. Daniel, nas próximas corridas , pedirei a São Pedro para minimizar a torneira (risos) . Confesso, que, como corredor, tenho um desempenho melhor neste clima e minha preocupação era com a temida desidratação, se houvesse sol forte e o calor.

Na concentração da largada, encontrei a minha amiga Cátia Caldeira, corredora descalça e desejamos boa sorte e incentivo um ao outro.
Deu-se a largada, sob a fina chuva matutina. Eu estava inspiradíssimo, concentrado e cheio de determinação. Já nos primeiros 10 km confesso que fiquei surpreso com a minha performance e concentração total. Estava tão focado e nem percebia os belos cenários das praias.

O que seria Concentração total? Apenas mentalizei : “ É 1/4 da distancia, portanto falta algo de 3/4 e chego lá. Concentre-se, Maurício e mantenha ao ritmo ao passe de 4:30 “.
Impressionante a mente humana, seu codinome mental é DETERMINAÇÃO.

Ao chegar próximo aos 20 km, lembrei-me das Meia maratonas, as quais participei mais e gosto muito além de estar física e mentalmente bem, com performance perfeita ao ritmo médio de 4:30. Neste ínterim, fiquei animado e com disposição redobrada, sem esquecer-me de alimentar do preparo de Carbogel e eletrolíticos que levei comigo.

Ah... Ao passar pelo túnel, aproveitei o ambiente escurinho e liberei a ureia em excesso (risos), sem parar, apenas diminuindo o ritmo. Foi a salvação da lavoura (risos), pois, se fosse na cabine sanitária, teria perdido meus preciosos minutos.

Ao chegar aos temido 30 km, com forte chuva e ventos, lembrei-me rapidamente sobre a “quebra” dos corredores. Contudo, procurei não pensar nisto e voltei a concentrar no objetivo.

Não era um mito, pois nesta altura encontrei vários corredores considerados pontas, mancando, alguns apenas caminhando. No meu caso, a questão era mais psicológica e conseguir superar o temor, mas consegui chegar aos 36 km são e salvo. Continuei hidratando e alimentando da bendita mistura carbogel, eletrolico e isotônico.

Ao chegar aos 40 km, não havia como controlar o meu sentimento, não conseguia voltar a concentrar, pois, a emoção era muito forte e ....involuntariamente, soltei um berro que estava “entalado” da garganta, no meio da galera de pista : - “ P... Sou o cara!!! “
“ P... Sou o cara!!! “

Para surpresa dos competidores ao meu lado e recebi de volta umas salvas de palmas. Ainda faltavam os intermináveis 2kms para o final. Contudo, consegui à base de força de vontade e animação para terminar a corrida sem perder o pique até a faixa de chegada.

Tivemos uma recepção de primeira qualidade da Equipe Achilles International, que nós premiou, atletas PNEs em um podium apropriado para os cadeirantes e Def visuais. Trabalho voluntário de primeiro mundo. Vamos trazer essa Equipe Aquilles International para Minas Gerais, não? Parabéns à Achilles International !!!
Eu, Carleiton e Sra da Achilles International

Subi ao pódium como segundo colocado na categoria PNE Auditivo, ao tempo de 3hs16min55”, além de receber bônus em dinheiro.

É a corrida de rua que faz aflorar emoção à flor da pele, é emocionante, mágico inesquecível!!

E finalmente, prazer, meu nome é DETERMINAÇÃO.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Maratona da Caixa da Cidade do Rio de Janeiro - Aprendendo a Andar Novamente... 08.07.12



Por Daniel X.

Comecei nas corridas em 2009, onde cismei de participar da Meia Maratona Linha Verde, já começando nos 21 km, embora nunca tivesse nem treinado para isso.

A partir daí comecei a participar de eventos, esporadicamente, e posteriormente fazendo treinos leves. Como seria realizada um maratona em BH em 2012, resolvi treinar para participar. Porém, técnicos e atletas experientes me recomendaram a não participar do evento, devido a falta de experiência da organização. Resolvi ouvir os mais "velhos", e não deu outra. A referida corrida foi um verdadeiro fiasco, onde vi atletas reclamando de falta de hidratação, percurso mal elaborado, racionamento de frutas, entre outras...

Sendo assim, escolhi a Martona do Rio, para ser minha estréia nos 42. Comecei um treinamento com o técnico, Adriano Maron, completando os 21 km da Golden 4 Asics, em aproximadamente 1h e 37 min. O próximo passo seria o treinamento para a maratona, que teve que ser cancelado devido a uma lesão.
Aproximadamente 10 dias antes da prova, fui contemplado com uma sinusite, tendo que fazer uso de antibióticos. E dois dias antes da prova, surge uma espinha na ponta do meu nariz. Parece que o Universo estava conspirando contra...

Apesar de não ter feito um treinamento específico para 42km, fiz um bom reforço muscular com o fisioterapeuta, Dr Ayslan. A recuperação foi satisfatória, e contou com tratamento através de ventosas, Crochetagem, Alongamento, Eletro choque, Ultrassom, Laser, e exercícos específicos.
   
Na minha última sessão antes da maratona, Ayslan realizou aplicações de Bandagem Elástica Adesiva Neuromuscular, para proporcionar alívio da dor, estabilidade, suporte, e recuperação muscular.

Fui para o Rio com minha esposa, Roseli, que iria participar da Olympikus Family Run. Saímos de BH na sexta-feira. Logo no aeroporto de Confins, já encontrei com outros corredores: Cynthia Barreto (RM Acessoria) e Artur Muller (Friends Runners-Divinópolis).
 

Conforme recomendado pelo amigo, Jorge Cerqueira,  ficamos hospedados no Hotel Íbis, que fica ao lado do aeroporto, e do local de entrega de kit. Além de ser uma área militar. 

A retirada do kit, que foi no Museu de Artes Modernas, foi muito tranquila. O local é muito espaçoso, e contava com um grande número de staffs, muito prestativos. Meu nome não constava na lista de inscritos, mas como estava com o comprovante de pagamento em mãos, o problema foi resolvido em poucos minutos.

Os atletas contavam com tenda de massagens, e uma store da Olympikus, que é patrocinadora oficial do evento. Procurei por um cinto de hidratação nessa store, porém os produtos que estavam disponíveis para venda eram os mesmo do kit: camisa, boné, squeeze, além de tênis. Acabei comprando o cinto com vendedores ambulantes, que estavam próximos ao Museu de Arte Moderna.
 

Encontramos Maurício Sá, que é atleta PNE de BH, e  Dart Clea (Vida Corrida!), também retirando seus kits.
 
Como retiramos os kits logo pela manhã, aproveitamos para conhecer um pouco da cidade. Passeamos na cinelândia, onde tivemos o prazer de assistir um filme no histórico, Cine Odeon. 
E é claro, encontrei a obra prima de Mark Millar, "Os Supremos", depois de meses de procura em BH. Corredor nerd? Sim, existe!
Como não poderia deixar de ser, conhecemos o Corcovado, o Museu da República, e o bairro Copacabana, que comemorava seu aniversário de 120 anos.

Embora quando chegamos na cidade, a temperatura estivesse por volta dos 35 graus, os bruxos do tempo previam chuva no dia da prova. E assim foi. 
Saímos do hotel por volta das cinco horas da manhã, debaixo de um garoa, rumo aos ônibus que levavam os corredores até o local da largada.

O guarda volumes não estava bem identificado, deixando alguns corredores meio perdidos, mas como não levei nada para ser guardado, não tive problemas.
Eu e o fotógrafo/atleta, Marcos Viana Pinguim. 

A largada aconteceu pontualmente, na Praça do Pontal Tim Maia. Larguei no fundão, como sempre. Fiquei muito emocinado no momento da largada, ao refletir sobre quais circunstâncias me levaram até aquele momento.
Sem este cinto de utilidades, teria sido impossível!

Como minha meta era "simplesmente" cruzar a linha de chegada sem compromisso com tempo, fui no trotinho mesmo.
A cada quilômetro percorrido, admirando paisagens paradisíacas, entendia o porquê do evento ser considerado um dos mais belos do mundo.

Outro momento de grande emoção, foi ao ver a passagem de uma atleta cadeirante, e um atleta com amputação de membros superiores, aproximadamente no km 1.

A marcação de quilometragem foi colocada km a km. Postos de água a cada 3 km. Vários pontos de hidratação com gatorade em saquinho, que evitava desperdícios. Postos médicos e banheiros químicos durante o percurso. Embora não tenha visto nenhuma intercorrência médica, via ambulâncias passando a todo momento. 
Percurso:

Enquanto passávamos próximos a quiosques, várias pessoas que estavam encerrando um "boa" noitada, nos apoiavam. Outros já não entendiam o quê estávamos fazendo ali. Cheguei a presenciar um momento, onde os festeiros se posicionavam como staffs, oferecendo cigarro e cerveja aos corredores...

No km 10 pensei: "tá fácil, é só multiplicar por 4 + 2", rsss.

Km 21: a partir daqui estava cruzando uma nova fronteira e, cada passo me levava rumo ao desconhecido. E é exatamente nessa parte do percurso que começam as subidas e descidas.
Por volta do km 25 comecei a sentir uma discreta dor nos joelhos.
Altimetria:

Aproximadamente no km 30, senti um mal estar, apesar da hidratação e reposição de carboidratos constantes. Reduzi drasticamente minha velocidade, e a maratona se tornou mais psicológica do que física. Tive que ter muita calma e prudência para administrar o resto do percurso, que contava com inúmeros postos médicos.
A chuva e o vento fizeram com que a temperatura caísse bastante, mesmo assim, consegui seguir em frente, ainda que em câmera lenta.

Após o km 35, senti uma grande fadiga, e meu estoque de carboidratos já tinha acabado. Solicitei a outros corredores que me vendessem um sache, e vários me ofereceram o seu, sem aceitar meu dinheiro. Um deles disse: "não quero seu dinheiro, quero te ver cruzar a linha de chegada", momento que levarei na minha carne. Deixo meus agradecimentos a todos aqueles que me ajudaram naquele momento.

Por volta do km 38 já estava me sentindo bem melhor.
 

Cruzei a Linha de chegada me sentindo bem, apenas com uma suportável dor nos joelhos. Porém, aproximadamente trina minutos depois, quando me preparava para voltar  ao hotel, senti fortes tremores, e fui encaminhado ao posto médico. Onde foi constatado quadro de hipotermia. Minha temperatura axilar chegou a 32º. Nosso vôo, que estava marcado para às 16 h, foi tranferido para as 21h. 
O que me derrubou foram as condições climáticas. Ironicamente não o calor, mas o frio. Sempre achei mais desgastane correr em dias frios.

Ao chegar em BH ainda estava me sentindo mal, e fui novamente atendido em um hospital, onde foi administrado 4.000 ml de soro fisiológico morno. A partir deste momento me senti bem.

Apesar destes desconfortos, me senti realizado ao cruzar a linha de chegada. 
Confira o vídeo do percurso!

Recentemente, uma pessoa me taxou como "um Homem sem metas", por não ser daquele tipo que, ao chegar o fim de ano, faz uma tabelinha de coisas a serem realizadas no ano seguinte. Realmente, não sou do tipo que faz tabelinhas de metas. Sou do tipo que vai lá e as realiza!

Quanto ao evento, só posso dizer que foi a melhor corrida da minha vida, senão, um dos melhores momentos. A organização está de parabéns, pois realizou um evento realmente internacional, com maestria.
Já participei de eventos que levavam o "título" de internacional, porém, de internacional só tinha o nome. 

Organizadores tem cobrado valor semelhante em BH, por percursos de 5 e 10 km, onde ao cruzar a linha de chegada o atleta ainda tem que enfrentar racionamento de hidratação e frutas. Para mim, este tipo de evento está fora do meu calendário, e sugiro boicote ao maus organizadores.
Outro ponto que tenho tocado muito, é a emissão de Nota Fiscal referente à prestação de serviços. Nós atletas, somos clientes e, devemos cobrar nota fiscal ao fazer inscrição em algum evento. Quero parabenizar a Iguana Sports, Yescom e TBH Esportes, que sempre emitiram nota fiscal referente a seus eventos, quando solicitado.
Já fiz minha solicitação à  que organizou da Maratona do Rio, e aguardo retorno.

Para aqueles que nunca participaram de uma maratona, e tiverem condições, eu recomendo. A cada placa de quilometragem ultrapassada; atletas PNE se superando ao largar a 42 km da linha de chegada; corredores me ajudando em momentos decisivos; as paisagens paradisíacas; a chuva e o vento, sob uma temperatura que chegou a 18º; e os quilômetro finais, tornaram este acontecimento mais que um simples evento esportivo, mas uma verdadeira lição de vida.

Resultado: Masc. e Fem.

 Nota: 10!!!!

Agradecimento: Roseli Bernardo, Dr. Humberto Nilton Coelho, Dr Ayslan Dias, Dra Ana Luiza Prates, Dr Roberval Neves Chaves.

Meia Maratona da Cidade do Rio de Janeiro 08.07.12

 

Por Valeria Spakauskas

Acordei às quatro da matina, desci para o café da manha, às 5. Como tinha reservado um táxi no dia anterior, resolvi conferir se ele já estava lá, porque iríamos direto para a largada, eu e mais duas amigas da equipe. Para minha surpresa, o gerente do hotel disse que não teriam táxis disponíveis naquele dia ... Vou pular a parte do susto, e ir direto para a parte que eu peguei o gerente pelo pescoço, literalmente, e fiz com que ele saísse à procura de um taxi pra mim. E vi que chovia...

Retirada de Kit


 Achamos um Táxi, tive que implorar para que ele esperasse eu tomar café (o que não aconteceu)... Peguei dois pedaços de pão e joguei na mochila. O taxista cobrou o dobro da corrida, mas tudo bem. 

Eram umas 5:40, aquela chuva, aquela escuridão e aquele trânsito... Passamos pela Rocinha, num tour improvisado, e logo mais a frente, o "ser" nos deixou debaixo de um viaduto, falando que era só seguir em frente, que estaríamos na largada...

Chovia muito, tudo escuro, ninguém na rua... Achamos um posto do Gatorade e implorei para um senhor que me arrumasse um saco de lixo, pq estávamos com muito frio. Ele tirou o que ele estava usando e eu dividi com minha amiga. Estávamos há 4km da largada...

Resolvemos ir andando, seguindo a fila dos carros, para ver se daria tempo de largar junto com todo mundo... Encharcadas e morrendo de frio! E com muito ódio daquele motorista FDP que nos largou na metade do caminho e cobrou o dobro da corrida. Mas como Deus existe, um um cara parou de carro,   e ofereceu carona pra gente... Um anjo da guarda, pieguices à parte!
Ele nos deixou bem pertinho da largada, quase 6:40 da manhã...

E largamos!!!! 

Foi a melhor corrida da minha vida, sabia??? Estávamos inteiras, principalmente, no emocional... O resto, foi curtição!!!
Eu e minha parceira, Silvana Paiva, na chuva e com muita alegria...afinal, não somos de açúcar!!!!!!

Olympikus Family Run - RJ 08.07.12


Por Roseli Bernardo


Tudo começou com convite de meu esposo para acompanha-lo ao RJ onde ele iria participar da Maratona da Caixa. No início achei que era só brincadeira, pois ele nunca tinha participado de uma prova tão extensa.
Outra coisa, eu tinha muito medo da cidade do Rio, por assistir sempre a reportagens de tanta violência, motivo que me fazia acreditar não querer ir pra lá por nenhum motivo.

E então, meu marido fez sua inscrição para a maratona e a minha para a OLIMPIKUS FAMILY RUN, esta com a prova de um percurso de 6 KM, uma vez que estou dando meus primeiros passos no mundo das corridas.

A organização desse evento foi maravilhosa, desde o local para a retirada dos kits até o local para a realização da prova. Esta aconteceu no aterro do flamengo, local sem grandes dificuldades pela baixa altimetria, ideal para aqueles que como eu, estão começando a correr.
  

Foi uma prova maravilhosa, principalmente pela bela paisagem que tínhamos ao fundo da largada, com a imagem do pão de açúcar, cercado por pesadas nuvens cinzentas que trariam muita chuva naquela manhã de domingo.


Estava um pouco frio no momento da nossa largada, às 08 hrs,e por esse motivo a realização da prova ficou ainda mais fácil.
Fiquei emocionada com a grande quantidade de corredores, desde crianças até o pessoal da terceira idade, dentre muitos jovens, que estavam num mesmo intuito: o de cuidar da saúde e alcançar superação pessoal.
Foi realmente um momento único, que me faz relembrar até agora, com muita saudade, daquele evento especial para mim.
Visita ao Museu da República,no bairro do Catete

E assim as coisas são na vida: quando menos esperamos, mudamos nossos conceitos. Pretendo começar a treinar para que ano que vem possa participar nos 21 km...

Corrida da Cooperação - BH 08.07.12


Por Eduardo Carvalho

“Corrida de graça é sempre a mesma coisa, kit ruim, bagunça e desorganização, mas tudo bem
porque é de graça mesmo né?”.

Não, isto é Mentira! A Corrida da Cooperação mostrou toda a força do Cooperativismo.

De cara já dou a nota 9,0...

Vamos começar pela distribuição do Kit da corrida.
Quase uma semana distribuindo o KIT, de terça a sábado... enquanto temos visto no máximo 2 dias...
O Kit, com camisa de ótima qualidade, sacolinha de treinos, squeeze, etc. Normal, mas lembre-se, era de graça, e o kit não perdeu em nada para corridas de R$90,00...
 

A corrida...
Percurso divulgado com antecedência e cumprido a regra. Estava demarcado a cada km, separado, com fiscais em todos os locais, evitando até aqueles espertinhos que tentam cortar caminho pela calçada. Muito Bom.
Percursos: Caminhada 3km, Corrida 5 e 10 km:
  
 Largada...
Separada para os 5k, 10k e caminhada, só achei que a caminhada demorou demais. A largada dos 5k foi as 08:00, e dos 10k como programado ás 08:30... 
Quem estava esperando para largar nos 10K viu a chegada dos primeiros colocados dos 5k dando mais energia a quem ainda ia começar... Muito Bom... 
Pena só para a largada da caminhada da família que foi as 10:00hs, mas vejam pelo lado positivo, o Pai ou Mãe que correu os 5k ou 10K teve tempo de fazer a caminhada com os filhos. Idéia interessante. Mas faltou onde deixar os filhos, temos que ter espaços kid´s, para a garotada começar a se empolgar com o mundo das corridas.

Voltando a largada separada foi que, não houve, em momento algum, corredores de categorias diferentes se misturando, não vi os primeiros colocados do 10K abrindo espaço entre os mais lentos dos 5k. Este tempo de 30 minutos entre a largada dos 5k e os 10k foi muito bom.

Hidratação...
Gostei... foram 3 pontos para o 10k e 2 pontos para o 5K, além de água na chegada,hidrotônico e frutas.

Medalha...
Muito bonita, por sinal e todos receberam suas medalhas de participação.

Premiação...
Houve premiação (troféu) para os 5 primeiros colocados, masculino e feminino, conforme divulgado. Mas não houve premiação PNE. O sistema de cooperativas visa pela integração de todos, e o esporte não pode ficar de fora. Vamos esperar que em outra oportunidade corrijam isto.

Parabéns Verusa, pelo 3º Lugar!!!!

Banheiros, a atendimento médico...
O Atendimento médico ficou dentro do esperado e tinha até fisioterapia no final da prova, havia banheiros químicos na área de largada/chegada do evento, mas não havia banheiro durante o percurso. 
As organizações das corridas precisam se atentar a isso. A necessidade pode acontecer durante a prova, e aí como fazer? Vai no cantinho? Não dá, né?

Resultado...
O resultado foi divulgado a contento e disponibilizado no site muito rapidamente (Aqui).
Conclusão.
Quando a idéia de organização está inserida como, idéia principal do evento, todos ganham.
Organizadores, consumidores, espectadores, comunidade. Lembrando que foi solicitada a doação, de 2 quilos de alimento não perecível como inscrição nesta corrida.

O lucro não pode ser a principal motivação quando se visa o bem estar.
Parabéns a organização do evento, parabéns a todos que participaram.

Para mim, foi a melhor corrida em Belo Horizonte, que participei este ano.

Eu sou Eduardo Carvalho, sou corredor e exijo respeito sempre. Desta vez teve.