quarta-feira, 18 de julho de 2012

Minha primeira Maratona: Prazer, meu nome é DETERMINAÇÃO.



Por Mauricio Sá – Maratonista PNE Auditivo

Como atleta, foram anos de sonhos, meses de intenções, dias de ansiedade e minutos incontáveis de espera. Busquei e transformei o meu sonho em realidade: Participei pela primeira vez de uma maratona. A escolhida foi a Maratona Rio de Janeiro.
A Maratona do Rio teve a Meia Maratona e a Olympikus Family Run, com 6km.

Com largada às 7h30m, dia 8 de julho, na Praça do Pontal do Tim Maia, no Recreio dos Bandeirantes, passando pelos belos cenários das praias do Recreio, Reserva, Barra da Tijuca, São Conrado, Leblon, Ipanema, Copacabana, Botafogo e chegando no Aterro do Flamengo, com chegada da maratona, da meia maratona e da Olympikus Family Run.

Era a minha primeira maratona, porém, por ouvir meus amigos veteranos em maratonas, fiz questão de escolher qual delas participaria pela primeira vez, além de ter pegado dicas de treinamentos e alimentação. Há meses atrás, houve uma maratona planejada em Belo Horizonte, contudo, fui desaconselhado, por causa da altimetria na capital mineira, falta de experiência em 42 km e treinos específicos.

Marquei minhas férias no propósito de poder participar da Maratona Rio. Após os três meses de treinamentos, finalmente, chegou o momento sublime. Confesso que três dias antes da viagem era friozinho na barriga e uma ansiedade interminável, apesar de várias corridas e meia maratonas no currículo, porém, estava com objetivo determinado.
Momento de tour, fundo Pão de Açucar

Cheguei à capital Fluminense dia 05 de julho, a três dias da Maratona Rio. Foi uma excelente oportunidade para adaptação à cidade e ao local da corrida e o melhor, afastei a fase psicológica de ansiedade.

Com a retirada do kit no Museu de Arte Moderna, próximo ao Aterro do Flamengo. Encontrei meu amigo de corrida, Daniel e sua simpática esposa, rapidamente trocamos ideias acerca da maratona e tiramos algumas fotos.
Retirada do kit 
 
Fiquei impressionado com a organização Top de linha da responsável pelo evento. Fui bem recebido por uma equipe que eu desconhecia, a  Achilles International, uma entidade voluntária, que trabalhar ao redor do mundo em prol dos atletas PNEs , sempre promovendo a inserção dos atletas ao esportes.
Kit , boné, squizzer e camiseta.

Aproveitei da sexta-feira, dia 6 de julho para um trote de 10km pela orla da praia, para “soltar“ os músculos, porém, fiz questão de cumprir fielmente o planejado, afinal, estava com disciplina e determinação para ir ate o final.
Soltando os músculos, Praia do Arpoador

Como ninguém é de ferro, à noite, fomos à famosa Boemia do Lapa com meu amigo Marcus Felipe e amigas Letícia e Gabriella, todos cariocas de gema.
Hora de relaxar: arco da Lapa

Sábado, na parte da manhã reservei para um relax, caminhando e mergulhando nas praias de Copacabana e Ipanema. Com certeza, foi neste momento que realmente senti em casa e adaptado ao clima carioca e preparado para o desafio.Fui dormir às 20hs. Foi um belo sábado de sol.

Eu e Carlos Drummond, filosofando, “Correr é mais que esporte, é filosofia de vida”

Sendo autodidata, foram tres meses de treinamento direcionado nesta corrida de longa distância, treinos puxados e longões pela orla da Pampulha e, é claro , alternando entre bike, minha outra paixão, e musculação. Procurei aprofundar na famosa “Tríade do corredor” – Treino/Alimentação/Descanso, termo inspirado por mim.


Durante cinco dias antes da maratona, alimentei-me à base de massas e carboidratos, como, macarrão, lasanha, bolo de côco, pães, sem dispensar das frutas, saladas e muito liquido.

Aproveitei a visita à cidade para comprar a minha desejada cinta de hidratação que, por sinal, foi muito útil. Com um preparo de seis saquês à base de Carbogel com Isotônico, o outro pote, preparei com três capsulas de repositor hidroeletrolítico, que possui sais minerais, principalmente sódio, cloro e potássio, carboidratos em 6% a 10% de concentração. Além, é claro, de não dispensar a excelente distribuição de águas e isotônicos nos percursos de 42kms.
Isso foi crucial para que chegasse ao final da prova inteiro e deu certo !!!

No dia da largada meus amigos corredores, principalmente Daniel Xavier, provavelmente crucificaram-me, pois eu torcia para que São Pedro fizesse aquilo que a previsão do serviço de meteorologia havia previsto: chuva fina na parte da manhã. O meu amigo sofreu de hipotermia por causa dos fortes ventos e chuvas. Daniel, nas próximas corridas , pedirei a São Pedro para minimizar a torneira (risos) . Confesso, que, como corredor, tenho um desempenho melhor neste clima e minha preocupação era com a temida desidratação, se houvesse sol forte e o calor.

Na concentração da largada, encontrei a minha amiga Cátia Caldeira, corredora descalça e desejamos boa sorte e incentivo um ao outro.
Deu-se a largada, sob a fina chuva matutina. Eu estava inspiradíssimo, concentrado e cheio de determinação. Já nos primeiros 10 km confesso que fiquei surpreso com a minha performance e concentração total. Estava tão focado e nem percebia os belos cenários das praias.

O que seria Concentração total? Apenas mentalizei : “ É 1/4 da distancia, portanto falta algo de 3/4 e chego lá. Concentre-se, Maurício e mantenha ao ritmo ao passe de 4:30 “.
Impressionante a mente humana, seu codinome mental é DETERMINAÇÃO.

Ao chegar próximo aos 20 km, lembrei-me das Meia maratonas, as quais participei mais e gosto muito além de estar física e mentalmente bem, com performance perfeita ao ritmo médio de 4:30. Neste ínterim, fiquei animado e com disposição redobrada, sem esquecer-me de alimentar do preparo de Carbogel e eletrolíticos que levei comigo.

Ah... Ao passar pelo túnel, aproveitei o ambiente escurinho e liberei a ureia em excesso (risos), sem parar, apenas diminuindo o ritmo. Foi a salvação da lavoura (risos), pois, se fosse na cabine sanitária, teria perdido meus preciosos minutos.

Ao chegar aos temido 30 km, com forte chuva e ventos, lembrei-me rapidamente sobre a “quebra” dos corredores. Contudo, procurei não pensar nisto e voltei a concentrar no objetivo.

Não era um mito, pois nesta altura encontrei vários corredores considerados pontas, mancando, alguns apenas caminhando. No meu caso, a questão era mais psicológica e conseguir superar o temor, mas consegui chegar aos 36 km são e salvo. Continuei hidratando e alimentando da bendita mistura carbogel, eletrolico e isotônico.

Ao chegar aos 40 km, não havia como controlar o meu sentimento, não conseguia voltar a concentrar, pois, a emoção era muito forte e ....involuntariamente, soltei um berro que estava “entalado” da garganta, no meio da galera de pista : - “ P... Sou o cara!!! “
“ P... Sou o cara!!! “

Para surpresa dos competidores ao meu lado e recebi de volta umas salvas de palmas. Ainda faltavam os intermináveis 2kms para o final. Contudo, consegui à base de força de vontade e animação para terminar a corrida sem perder o pique até a faixa de chegada.

Tivemos uma recepção de primeira qualidade da Equipe Achilles International, que nós premiou, atletas PNEs em um podium apropriado para os cadeirantes e Def visuais. Trabalho voluntário de primeiro mundo. Vamos trazer essa Equipe Aquilles International para Minas Gerais, não? Parabéns à Achilles International !!!
Eu, Carleiton e Sra da Achilles International

Subi ao pódium como segundo colocado na categoria PNE Auditivo, ao tempo de 3hs16min55”, além de receber bônus em dinheiro.

É a corrida de rua que faz aflorar emoção à flor da pele, é emocionante, mágico inesquecível!!

E finalmente, prazer, meu nome é DETERMINAÇÃO.

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2 comentários:

  1. Uhuhu! A matéria ficou maravilhosa!
    É isso mesmo Mauricio, um dos grandes segredos da vida é a determinação, se você age com dedicação total e planejamento, o êxito é uma consequência.

    "Dizem que o que procuramos é um sentido para a vida. Penso que o que procuramos são experiências que nos façam sentir que estamos vivos."( Joseph Campbell )

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  2. Parabéns, Amigo! Estrear numa maratona já subindo ao pódio é uma coisa para poucos, tanto para amadores, qto para profissionais!

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