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Por Daniel X.Já vi alguns eventos (não apenas corrida de rua) com temática social onde pareciam apenas usar o nome de doença como chamativo, pois não era divulgado que nenhum tipo de verba seria voltado a alguma entidade e não havia nenhuma referência à temática durante a prova, como uma campanha de conscientização.
Na Maratona da Caixa do Rio de Janeiro, ao realizar a inscrição para o evento, cada corredor podia escolher uma das três organizações: Médicos Sem Fronteiras, Instituto da Criança e Ação da Cidadania, para receber uma doação referente a R$ 5,00 de cada inscrito na prova.
Confesso que, quando fiz a inscrição e escolhi Médicos sem Fronteiras, para serem os beneficiados, pensei: "será que realmente vão receber essa doação?!"
Em um país onde pilantropia e filantropia se confundem, é natural andarmos desconfiarmos, né. Ainda mais sendo mineirinho...
A resposta veio há algumas semanas atrás, quando vi uma matéria (AQUI) informando que a Spiridon e a Dream Factory, organizadoras da prova, estavam realizando as doações para as respectivas organizações:
O Instituto da Criança recebeu R$29.920,00; a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) recebeu R$ 29.865,00; e a Ação da Cidadania R$5.890,00.
Após essa notícia me senti bem em saber que, nessa grande contribuição que foi feita às entidades, existe uma pequena participação da minha parte.
Em alguns países, correr em prol de instituições sociais é muito comum. Fiquei sabendo dessa cultura no filme "Maratona do Amor", onde um sedentário se inscreve em uma maratona para reconquistar a ex-noiva, da qual ele deixou no altar e grávida. Ao fazer sua inscrição na maratona, é requisitado o nome da ONG da qual o protagonista estaria representando. Até então, nunca havia ouvido falar nada a respeito, nem o personagem do filme, rs.
Na matéria Correr por uma causa, no site papo de Esteira, Vivian Dombrowski fala do ato de cada corredor adotar uma causa em outros países, e cita a “Run For Charity”, como exemplo.
Em seu blog, o corredor, Prof. Adolfo, conta que, inspirado pela matéria de Vivian Dombrowski, dedicou uma corrida à ReHuNa (uma organização que congrega várias entidades que lutam em defesa do parto humanizado, sem violência obstétrica).
Segundo Janette Franco, organizadora da Run 4 Parkinson, "achar o meio termo, na composição de um evento como o nosso, atender atletas conscientes de nossa causa e também parkinsonianos e familiares é um grande desafio que não ouso a fazer sozinha", e acrescenta "do lado de cá, de quem está com parkinson e quer fazer com que a sociedade conheça sobre a doença e se sensibilize com os seus doentes, o desafio é enorme, porque ninguém quer falar sobre dor, sobre doença, limitações e incapacidade" .
Já participei de vários eventos que contavam com temáticas sociais, entre eles:
Corrida da ALMG - valor da inscrição: 3 quilos de alimentos não perecíveis, ou vale-alimento no valor de R$15,00 que foram encaminhados à Associação dos Leucêmicos do Estado de Minas Gerais (Leuceminas);
5ª Corrida e Caminhada De Bem com a Vida-TJMG: valor de inscrição foi de 2kg de alimentos não perecíveis, que foram doados para instituições apoiadas pelo TJMG;
Corrida Rústica do 23º BPM: dois litros de leite distribuídos para quatro entidades de Divinópolis;
Corrida Pela Vida - POA: a renda arrecadada com as inscrições e produtos vendidos no dia da prova foram voltadas ao ICI-RS (Instituto do Câncer Infantil de RS);
Circuito de Corridas do Carteiro: na retirada do kit, o atleta entregava 400 g de leite em pó doados para uma instituição escolhida pela organização;
Entre outras. Mas a organização da qual já vi fazer a maior contribuição social foi a Maratona do Rio.
Participar de corridas meramente comerciais se tornou completamente desnecessário para mim. A sensação que tenho ao participar de eventos dos quais não acrescentam em nada à sociedade, é a seguinte: acabou, agora vou embora e pronto.
Correr por uma causa pode ser um combustível a mais para nossa participação nas corridas de rua, mas assim como a Spiridon Promoções e a Dream Factory, organizadores/realizadores também devem abraçar a causa, e não apenas usar o nome de uma doença como chamativo.
Conheça um pouco sobre as Instituições contempladas e visite seus respectivos sites, onde é possível conhecer mais sobre seus projetos e também fazer doações online:
Médicos sem Fronteiras ou Médecins sans Frontières (MSF) é uma organização internacional não-governamental sem fins lucrativos que oferece ajuda médica e humanitária a populações em situações de emergência, em casos como conflitos armados, catástrofes, epidemias, fome e exclusão social. É a maior organização não governamental de ajuda humanitária do mundo, na área da saúde.
MSF proporciona também ações de longo prazo, na ajuda a refugiados, em casos de conflitos prolongados, instabilidade crônica ou após a ocorrência de catástrofes naturais ou provocadas pela ação humana.
A organização foi criada com a ideia de que todas as pessoas têm direito a tratamento médico, e que essa necessidade é mais importante do que as fronteiras nacionais (com base na tese do direito de ingerência humanitária).
MSF recebeu o Nobel da Paz de 1999, como reconhecimento do seu combate em favor da ingerência humanitária. Atualmente, a organização atua em mais de 70 países e tem como presidente o Dr. Unni Karunakara.
Site: AQUI!
O Instituto da Criança é uma organização do Terceiro Setor que promove o Empreendedorismo Social. Propõe-se a responder à questão recorrente sobre o que cada um pode fazer para contribuir em processos de transformação social e para o desenvolvimento sustentável.
Iniciou suas atividades de modo informal em 1994 e, no decorrer desses anos, evoluiu e se consolidou como uma OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - sem fins lucrativos. Apóia instituições sociais existentes, realiza programas de educação, atua como incubadora social para novos programas e instituições, e apóia empresas no exercício da responsabilidade social no Rio de Janeiro e São Paulo.
Site: AQUI!
A Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida tem como missão sensibilizar e mobilizar a sociedade brasileira para encontrar soluções contra a fome e a miséria. Tendo como principal eixo de atuação a formação de uma rede de Comitês Locais, formadas por líderes comunitários voluntários, a Ação da Cidadania fortalece, a cada dia e na prática, a construção da cidadania plena e da democracia brasileira.
Site: AQUI!
Parabéns a Spiridon Promoções Eventos e pela Dream Factory pela atitude e, que outro organizadores sigam este exemplo!
Apaixonado pelas Corridas de Rua, atleta cria projeto social para crianças de Itaquera
Bacana !!!
ResponderExcluirAtt.,
Felippe Diniz
Brigadú!
ExcluirVerdade, Maurício. Além das doações, a organização tem consideração pelos PNE, coisa que, infelizmente, nem sempre podemos ver em corridas de rua.
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