XIV Volta Internacional da Pampulha: O Último Voo do Capitão... 09.12.12

Por Daniel X.

Em primeiro lugar, quero parabenizar o site Street Run, pois o mesmo vai disponibilizar as fotos do evento GRATUITAMENTE (AQUI), além de fornecer informações e calendários sobre corridas de rua em seu site.

Quanto ao evento, minha participação só pôde ser confirmada na última semana, após realizar um teste ergométrico. Como fiz a inscrição no último lote, paguei R$ 70,00 . Quem fez a inscrição antes pagou um valor menor (R$ 60,00 e R$ 65,00). Já enviei o pedido de nota fiscal referente ao evento e aguardo retorno.

A retirada de kit foi em um supermercado na região da Pampulha. Escolha de péssimo gosto, pois, enfrentamos muito tumulto no estacionamento. Segundo a organização, quem mora em BH e/ou regiões, deveria retirar seu kit preferencialmente no dia 7, pois no dia 8 o atendimento seria "preferencialmente para os atletas que vem de outros estados". Preferencialmente? Isso se chama falta de estrutura. Será que organizadores não sabem que nós trabalhamos na sexta- feira também?!!  E muitos em escalas longas! Deveria era ter a opção de três dias e em um lugar mais acessível. A movimentação dos atletas atrapalhou que estava fazendo compras no local também.

Não havia muita fila. O kit foi bom e veio com amendoim, gel de carboidrato, sache de café, e amostra de pro whey protein. Além de inúmeras propagandas que deixei no próprio local.
Quanto à camisa, apesar do material razoável, veio em uma cor "amarelo encardido", com uma estampa de péssima qualidade, onde o nome da marca patrocinadora fica mais evidente que o minúsculo nome do evento...
Como tínhamos acabado de ceder uma entrevista para a página Eu Atleta, do Globo Esporte, onde nossa equipe, A Liga da Justiça, falou sobre correr fantasiado (De Batman a Super-Homem: heróis da Pampulha se divertem correndo), retiramos nossos kits ainda com as fantasias. O site também disponibilizou uma ótima ferramenta para que o atleta entenda como seu corpo reage durante a prova (AQUI).

Retirando o kit:

O local de largada/chegada do evento foi transferido para a Avenida Coronel Oscar Paschoal, que fica ao lado da nova arena do Mineirão. Li que a mudança ocorreu devido à necessidade de um maior espaço para a realização do evento. Porém, como já disse aqui no blog (AQUI), na minha opinião essa mudança se deu em prol do marketing da Copa. Além de mudar o tradicional local de largada/chegada, ainda transferiram esse ponto para uma pequena pirambeira, aumentando também a distância da prova. Outra novidade é que a percurso foi realizado no sentido contrário aos anos anteriores.

Percurso:

Cheguei no local da prova ás 7:00h, conversei com muitas pessoas antes da largada, como o pessoal de C. do Cajuru, Mestre Lander (Divinópolis), Hermes Leni, Fábio Namiuti, Adriana Mayer, e outros.
O guarda volumes estava bem espaçoso. A quantidade de banheiros foi suficiente para a quantidade de atletas.

A Liga e seus novos integrantes: Bat Girl e Coringa (e um Dart Vader que apareceu por lá)

Largamos no fundão, pois, como o evento não tem largada por pelotão, o que se vê é um grande tumulto nos primeiros minutos da prova, que preferimos evitar.

O primeiro posto de hidratação estava localizado após o km 4, e os staffs não eram suficientes para repôr as bancadas, tendo os próprios corredores que romper as caixas de papelão e retirar as garrafinhas de água. Com relação às garrafinhas, vi uma grande quantidade de atletas tropeçando ou escorregando nas mesmas. No posto de gatorade, a reposição era tão lenta que o atleta tinha que parar de correr para conseguir pegar um copinho. Me lembrei da maratona do Rio (AQUI), onde o hidrotônico vinha em saquinho e a entrega acontecia de forma bem eficiente.

Durante todo meu trajeto, o céu se manteve parcialmente nublado, mesmo assim estava muito quente. O que veio a aumentar o odor desagradável da orla da lagoa...
Haviam vários banheiros e postos médicos durante o percurso.

Quando cheguei na pirambeira final, foi inevitável fazer um flashback dos últimos seis meses da minha vida, e me emocionar. Ao cruzar a linha de chegada senti que os maus momentos de 2012 ficaram para trás...
A subida final não me incomodou, apenas acrescentou um desafio a mais na prova. Mas com certeza não favoreceu às pessoas com dificuldade de locomoção e cadeirantes...

Atleta PNE, pronto para encarar a pirambeira final...

Luiz (Batman) sentiu muitas dores nos joelhos, que atrapalharam sua performance. Eduardo (Superman) estava gripado e também teve um rendimento aquém do habitual. Verusa (Robin), Vanderlei (Coringa) e Eunice (BatGirl) chegaram depois, e tiveram dificuldades para administrar o calor. Não fiz a mínima questão de cronometrar meu tempo, queria apenas chegar ao final inteiro, e consegui. Vi algumas pessoas sendo atendidas por socorristas durante o percurso, então administrei com muita calma.

Após a linha de chegada foi oferecido  maça, barra de cereal, torrone, gatorade  e medalha de finisher. As tendas estavam muito desorganizadas. O atleta pegava medalha e sacolinha de fruta, depois voltava para a barraca de hidrotônico, depois voltava ao guarda volumes e nenhum staff para nos orientar.

Premiação aconteceu de forma rápida. O evento que e faz parte da Liga de Ouro de Corridas de Rua, contou com várias categorias. E um dos maiores pontos positivos da prova foi contar com categoria PNE  (todas as modalidades).

Ronan do Espírito Santo, premiado na categoria PNE: um dos pontos altos do evento...

Conclusão: para uma corrida que já está em sua 14ª edição e é considerada um das mais tradicionais do país, está muito aquém daquilo que se espera desse tipo de prova. Apenas o nome não pode fazer o evento. E pelo valor cobrado, deveria ter uma estrutura bem melhor.
Nota: 4.0 (retificado em 11/12)

O Capitão Marvel (AQUI)

A primeira vez que corri fantasiado de Cap Marvel, foi há um ano atrás, quando fui convidado pelo Luiz Fernando, que já corria fantasiado de Batman. A princípio, seria uma brincadeira que, deveria ser feita apenas naquele episódio.

No segundo semestre de 2012, sofri uma TEP (tromboembolismo pulmonar), e voltei a correr com muita dificuldade. Sentia muita dor e cansaço. Apesar de toda força de vontade, o corpo não conseguia responder aos esforços que fazia para correr como antes. Correr novamente usando a roupa do herói, juntamente com meus amigos, tornou todo esse sofrimento mais suportável. Foram muitas fotos, principalmente com crianças, muitas risadas, muito incentivo, e muita diversão. Mas agora acho que já superei essa fase, e a fantasia não fará mais parte do meu figurino nas corridas de rua. Agradeço aos meus amigos, pois nos tornamos uma verdadeira equipe: a atenção especial que tiveram comigo na corrida do Bradesco, o esforço a mais que fizeram para compensar meu tempo na Ecorrida de Revezamento, o apoio na corrida da ALMG, foram amostras de pessoas que realmente trabalham em equipe, e não apenas carregam um nome estampado em uma camisa.

Devido a: descaso com a Lagoa da Pampulha por parte das autoridades, que faz com que correr em sua orla lagoa se torne uma coisa desagradável; a falta de cobertura da mídia em um dos maiores eventos do país; falta de estrutura da organização, como o fato de até hoje não fazer largada em pelotões separados; falta de estrutura na retirada de kit e desorganização após a linha de chegada; essa foi a minha última participação na prova. E também o último voo do Cap Marvel.

Pelo menos por enquanto...

Resultado: AQUI