domingo, 15 de dezembro de 2013

A Cura da Fascite Plantar Através do Caminho dos Pés e das Mãos...


Por Daniel X.

Quem acessa este blog de vez em quando, pôde acompanhar minha luta contra a fascite plantar em 2013. Como se não bastasse o diagnóstico de degeneração óssea no começo do ano, que já traz uma recomendação de não participar mais de provas longas devido ao impacto.

Sendo assim, esse ano minha participação nas corridas se restringiu a provas curtas (no máximo 10 km), com exceção da Maratona do Rio, em julho.

Tentei de tudo: gelo, calor, antiinflamatórios, além das cansativas sessões de fisioterapia. Aderi também à modalidade barefoot, que realmente me trouxe algum alívio na região dos calcanhares.

Até uma órtese para fascite plantar cheguei a usar durante algum tempo. Foi cogitado até a realização de uma cirurgia para correção da lesão, que se tornou crônica.

Ortopedistas e fisioterapeutas foram unânimes em afirmar que a causa principal da minha fascite era o encurtamento do tendão de Aquiles e da musculatura posterior da perna. Porém, com a fisioterapia também já perdi a paciência. Mas como ganhar flexibilidade, então?

 Órtese para fascite plantar

Como reduzi drasticamente minha atividade física, também comecei a ganhar peso. Substituir a corrida por natação ou musculação são coisas que nem passam pela minha cabeça.

Então, comecei a cogitar a possibilidade de voltar ao Taekwondo. Mas, depois de aproximadamente 21 anos parado, como voltar? Por onde deveria começar? Comecei a pesquisar as academia de BH e, entre as mais cogitadas estava a Academia Park Taekwondo Clube.

Além da boa localização, a acad. Park foi a primeira academia de Taekwondo do Estado de Minas Gerais, fundada pelo Grão Mestre Park Yeong Hwan, sendo filiada à Federação Mineira de Taekwondo.

Há 23 anos atrás, quando iniciei no Taekwondo, o mestre Park Yeong Hwan era uma lenda na minha cidade. Nessa época eu pagava a mensalidade limpando a academia e, treinar com o esse Mestre era uma coisa completamente inviável pra mim.

Mas infelizmente, ao pesquisar mais sobre a academia fiquei sabendo que o Grão Mestre Park havia falecido em 2012. Seu filho, Junio Park manteve a academia funcionando e transmitindo os ensinamentos do pai.

Ao conversar pessoalmente com o Mestre Junio, que é faixa Preta do 6º Dan, também tomei conhecimento que o mesmo é educador físico/personal trainer, e me atendeu muito bem. Com todo esse currículum e bom atendimento, não tive que andar muito para encontrar uma boa academia.

Comecei o treinamento em outubro. Apesar da minha graduação (faixa azul), estava completamente enferrujado e desatualizado. Então, aproveitei meu mês de férias e passei a frequentar a academia três vezes ao dia. Além de frequentar as aulas do mestre Junio pela manhã e as aulas do Professor Carlos Torres à tarde e noite, ainda fazia um treinamento intenso com o Macks Santos, faixa vermelha e estudante de Ed. Física. O treinamento com Macks era mais voltado ao alongamento e às técnicas de Poomsaes e Kyorugui. Com todo essa assessoria, não foi difícil me lembrar das técnicas e capitular as atualizações dessa arte marcial.
Treinamento com Macks Santos
 

Com menos de dois meses já é evidente a flexibilidade que adquiri durante os treinos, embora ainda tenha muuuuuito o que evoluir. Consequentemente, as dores causadas pela fascite diminuíram, tanto que, nessa semana, realizei provas para um concurso, entre elas a corrida de 2.400 metros e, além de não sentir nenhuma dor durante/após a prova, ainda tirei nota máxima em todas as modalidades.

Durante um dos treinos com o Macks, Mestre Junio fez a observação que eu já estava pronto para realizar exame para próxima faixa, que aconteceu ontem na academia.  Fui aprovado!

Ao agradecer ao Macks pelo empenho nos treinos, dediquei essa vitória também a ele, pois, sem sua dedicação eu não teria conseguido. Sua resposta foi a mais incentivadora possível: "você não tem que me agradecer, pois quem se disponibilizava em treinar três vezes ao dia era você mesmo. O mérito é todo seu!"

É muito bom ter reconhecimento pelo nosso esforço. Ainda mais para quem vive numa cultura onde o próprio trabalho às vezes não é reconhecido.

Batismo de faixa, com o professor Carlos Torres, Faixa Preta do 3º Dan
 

Logo após o exame de faixa, foi realizado o amigo oculto da academia.
Mestre Junio foi o primeiro a entregar o presente, e a descrição do seu amigo oculto era: "meu amigo oculto é uma pessoa que conheço a pouco tempo. Ele chegou na academia como um diamante bruto. Ele já tinha o conhecimento, bastou lapidá-lo". Eu! Rsss!
Mais uma vez o reconhecimento, mas dessa vez pelo conhecimento que eu já levava comigo.

O presente do Mestre: o livro Taekwondo Fundamental, de autoria do Mestre Carlos Negrão

Então foi minha vez de entregar o presente, e a descrição do meu amigo foi: "conheço meu amigo oculto a pouco tempo, mas tenho um grande motivo para admirá-lo: ele deu continuidade ao legado do pai"... Mestre Junio!

Deixo meu elogio individual aos professores Carlos Torres, Elvis Eustáquio, e ao Macks Santos, pelo empenho, dedicação, e paciência com minha pessoa.

Essa faixa é dedicada a meu pai, que me introduziu nesse esporte, e que infelizmente, faleceu em abril deste ano.
Agradeço à minha esposa Roseli e, à minha Mãe, Maria Helena, pelo apoio.

Agora é focar ainda mais no Taekwondo, mas sem abandonar as corridas, pois ainda tenho umas pendências a resolver na Maratona do Rio...

"Tardei, tardei, tardei 
     Mas cheguei, enfim..."

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